A Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo, esteve, na sexta-feira, de visita ao Centro Ciência Viva de Constância (CCVC), onde apelou aos alunos do ensino profissional para que sigam estudos a nível superior.
Numa conversa com os alunos presentes, a Secretária de Estado falou sobre os cursos ministrados nos politécnicos e chamou a atenção para a importância da formação e da ciência.
“Estamos a percorrer todos os Centros Ciência Viva, visitando-os, convidando as pessoas da proximidade e temos tido um grande acolhimento por parte dos presidentes de Câmara. E fazendo atividades com as escolas, nomeadamente, com as escolas profissionais até para estabelecerem um contacto com os centros e chamar a atenção para a importância que a ciência e a formação têm hoje”, afirmou à Antena Livre a responsável.
Maria Fernanda Rollo mostrou-se preocupada com os níveis “baixos” de acesso ao ensino superior. “Nós temos ainda hoje níveis muito preocupantes que cumpre também contrariar. Apenas um em cada três dos nossos jovens, com idade de 20 anos, está no ensino superior. São valores muito baixos”, salientou a governante, dando conta que “por outro lado, ao nível das escolas profissionais apenas cerca de 12% de todos os que estão inscritos nessas escolas vão para o ensino superior”.
Com estas visitas que está a levar a cabo pelos diversos Centros de Ciência Viva do país, a responsável disse que quer passar a mensagem que “hoje em dia, um jovem com ensino superior tem cerca de 85% de mais oportunidades de arranjar emprego do que aquele que não tem ensino superior”.
A presidente da Agência Nacional dos Centros de Ciência Viva, Sérgio Oliveira, Máximo Ferreira (do CCVC) e a Secretária de Estado
“Sabemos que metade das profissões como nós conhecemos hoje vão desaparecer e seguramente as profissões do futuro vão exigir mais competências. E as competências adquirem-se nestas formações superiores. E a ciência é cada vez mais indispensável para tudo isto”, reforçou Maria Fernanda Rollo.
Questionada pela Antena Livre sobre como se pode convencer os jovens a apostar no interior do país, a governante lembrou que “hoje estamos a assistir a uma procura enorme, até por parte de estrangeiros, no nosso país, que reconhecem que nós temos recursos naturais inestimáveis e uma qualidade de vida na região interior. Agora, compete a cada um de nós cuidar destes territórios e garantir que eles têm as condições adequadas para aquilo que é o mais importante, que é o bem-estar”.
Após uma visita às instalações do CCVC, a tarde contou com uma apresentação do Orçamento Participativo de Portugal (OPP). Maria Fernanda Rollo referiu que o OPP “é um estímulo para que as pessoas, olhando para o país em que vivem, olhando para o seu contexto onde habitam, possam participar dizendo que gostavam de ver concretizado determinado projeto ou tem determinada necessidade”.
“No contexto de uma sociedade democrática, ela tem de saber respeitar os seus cidadãos, ouvi-los e encontrar meios para aquilo que ela própria identifica como principais necessidades. A ciência, o conhecimento e os contextos locais também serão valorizados pelas pessoas se elas se apropriarem deles e os reconhecerem como seus”, finalizou a governante.
Por sua vez Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância, disse que com a visita da Secretária de Estado foi possível “mostrar o Centro de Ciência Viva. Um equipamento que está ao serviço da comunidade e das escolas, não só do concelho mas aqui à volta. Com uma qualidade indiscutível e que tem vindo a aumentar a sua capacidade de resposta mediante os equipamentos que disponibiliza nestas aposta na ciência e em locais do interior como é o nosso caso”.
Quanto à permanência dos jovens na região, o presidente disse que os mesmos “têm todas as razões para ficarem por cá. Desde logo devido à qualidade de vida que têm no concelho e na região. E, por outro lado, a verdade é que estamos pertíssimo de Coimbra, ou de Lisboa”.
“Quando fiz a visita à zona industrial, senti que existiam oportunidades de emprego. Não há mão-de-obra na região para dar resposta às necessidades das empresas. Há uma empresa fundamental para o concelho que tem insistindo com o Agrupamento de Escolas na questão da promoção de cursos para manutenção industrial porque tem dificuldade de mão-de-obra”, contou Sérgio Oliveira.
Questionado sobre o encerramento do Centro Escolar de Santa Margarida, na passada segunda-feira, devido à permanência de maus cheiros, decisão que foi contestada pelas vereadoras eleitas pela CDU, o autarca referiu que “desde a passada terça-feira que estão a decorrer as medições à qualidade do ar” na escola.
Na quinta-feira passada, “foi feita a vistoria, através da Galp, à canalização do gás e às condutas internas e externas do centro escolar para se verificar se existia alguma fuga ou não. Recebi hoje [na sexta-feira] o certificado dessa inspeção e não há qualquer tipo de fuga de gás. A situação está posta de lado”, avançou o presidente, dando conta que a Câmara já solicitou à A. Logos para que faça as “análises à água da fonte e do açude, como iremos também fazer aos solos”.
“Estamos empenhados na resolução do problema (…) até ao final da próxima semana vamos tentar ter alguns indicadores da qualidade do ar que nos permitam fazer uma avaliação”, disse Sérgio Oliveira, referindo que “depois disto tudo que estamos a fazer até podemos chegar à conclusão que os gases ou cheiros não são nocivos à saúde, mas quero deixar claro que numa situação de dúvida, prefiro tomar uma decisão radical e pecar por excesso, do que pecar por defeito”.