As vagas no concurso nacional de acesso ao ensino superior para o próximo ano letivo voltaram a aumentar, com destaque para os cursos de Educação Básica e 22 novas licenciaturas em ciências e tecnologias.
Segundo os dados divulgados hoje pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), o concurso nacional para ingressar nas universidades e politécnicos públicos em 2022 vai abrir com um total de 53.640 vagas.
Depois de, nos anos anteriores, o reforço de lugares disponíveis para estudar no ensino superior ter sido correspondido com novos máximos de alunos colocados, o número de vagas aumenta agora cerca de 2,6% em relação a 2021.
A contribuir para esse aumento estão os cursos de Educação Básica, que no próximo ano vão poder receber mais “caloiros” para um total de 855 vagas, mais 56 comparativamente ao ano anterior e um aumento de 7%.
A possibilidade de reforço estava prevista no despacho que determina as orientações para a fixação de vagas, com o intuito de responder “à necessidade premente de formação de professores", e 12 das 21 instituições com essa oferta anuíram, incluindo a Universidade do Algarve, numa das zonas do país onde mais faltam docentes nas escolas.
Por outro lado, em Lisboa e Setúbal, zonas igualmente afetadas pela falta de professores, os institutos politécnicos optaram por manter o mesmo número de vagas.
Além dos cursos de Educação Básica, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior destaca também a criação de 22 cursos novos nas chamadas áreas “STEAM” (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência.
No total, essas licenciaturas representam 642 vagas, a maioria das quais em Lisboa e Porto, havendo ainda outros 35 novos cursos para a formação noutras áreas, como Turismo, Gestão ou Saúde, que totalizam mais 1.045 vagas.
À semelhança dos anos anteriores, há também um reforço nos cursos ligados às competências digitais, que vão contar com um aumento de 3,6% para o próximo ano letivo, e nos cursos mais procurados por alunos de excelência.
Em Medicina, área na qual as faculdades não têm aproveitado a possibilidade conferida por despacho para abrirem portas a mais alunos, a Universidade da Beira Interior tem mais cinco vagas.
Olhando para o país, as regiões de menor pressão demográfica registam um aumento percentual superior à média (3,8%), mas em termos absolutos Porto e Lisboa voltam a surgir no topo.
As instituições da Invicta vão abrir 7.773 vagas, mais 377 do que no ano anterior e a maioria na Universidade do Porto.
Em Lisboa, que concentra o maior número de vagas do concurso nacional de acesso (13.996), o aumento global é de 339 vagas, mas com discrepâncias entre as instituições: enquanto as estreias na sua nova escola em Sintra contribuem para o reforço de 15,9% de vagas no ISCTE-IUL, a Universidade Nova de Lisboa tem um ligeiro decréscimo do número de lugares disponíveis.
Em sentido contrário com a tendência nacional, o Instituto Politécnico de Beja vai disponibilizar menos 3% das vagas comparativamente ao ano passado, enquanto os institutos politécnicos de Lisboa, Setúbal e Leiria mantêm o mesmo número, à semelhança das escolas superiores de Enfermagem e Hotelaria e Turismo.
Além das 53.640 vagas do concurso nacional, há ainda 721 vagas para os concursos locais, realizados diretamente nas instituições de ensino superior para ingresso em cursos de música, teatro, cinema e dança, contabilizando-se no total 54.361.
O prazo de candidatura à 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior público decorre entre 25 de julho e 08 de agosto, através do ‘site’ da Direção-Geral do Ensino Superior (http://www.dges.gov.pt).
Lusa