Os professores cumpriram hoje o quarto dia de greve, com uma adesão acima das expectativas que tem afetado o funcionamento de várias escolas do país que encerraram, segundo o Sindicato de Todos os Professores (STOP).
Sem avançar o número de escolas encerradas ou uma taxa concreta de adesão à greve, o coordenador nacional do STOP disse à Lusa que os professores “têm aderido de forma muito significativa”, considerando que a mobilização superou as suas expectativas e é uma “lição de cidadania”.
“Não temos ‘feedback’ da maioria dos diretores, mas o que podemos dizer é que, nas redes sociais, é inequívoca a adesão dos professores. Parece que despertaram de um sono profundo”, afirmou André Pestana.
Na página de Facebook do sindicato, repetem-se as fotografias de dezenas de docentes concentrados em frente às respetivas escolas e mensagens que dão conta do encerramento de vários estabelecimentos de ensino em todo o país.
A paralisação, convocada pelo STOP em protesto contra as propostas de alteração aos concursos e para exigir respostas a problemas antigos, deverá manter-se, pelo menos, até ao final da semana.
Em Abrantes, à porta da Escola Secundária Solano de Abreu os professores também aderiram ao protesto. À chegada dos alunos os professores perfilaram “à porta” da escola de cartazes em punho com as reivindicações. Ema Calado contou à Antena Livre que esta é uma forma de mostrar que os professores são mais que aquelas pessoas que estão na sala a “dar” matéria. Têm problemas, têm queixas que tardam em ser atendidas por parte do Ministério.
Ema Calado disse que pais e alunos mostraram interesse em saber o que motivou a este protesto que assenta em muitas reivindicações. Desde as mais antigas, e conhecidas, até outras “dúvidas” que caem neste momento no meio, como, por exemplo as transferências de competências das Direções Regionais da Educação nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
Ema Calado, professora
Para sábado, está convocada uma manifestação nacional na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa, e nessa altura os professores vão discutir a sua suspensão ou continuidade.
A Lusa questionou o Ministério da Educação sobre o impacto da greve, mas a tutela escusou-se a comentar.
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