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Exames: Cada vez menos chumbam até ao 6.º ano mas o país não é igual no insucesso

16/02/2019 às 00:00

Cada vez menos alunos chumbam até ao 6.º ano, mas um em cada dez ainda repete de ano ou abandona a escola no 2.º ciclo e quase 15% chumbam até ao 4.º ano, num país ainda desigual.

Apesar das melhorias nas médias nacionais entre 2014-2015 e 2016-2017, reveladas pelos dados do Ministério da Educação hoje divulgados e analisados pela Lusa, há ainda grandes disparidades entre municípios no que toca à conclusão do 1.º e do 2.º ciclo no tempo esperado.

Ficam no Alentejo os três municípios com as mais baixas percentagens de conclusão do 1.º ciclo sem qualquer retenção no percurso: Monforte, em Portalegre, Redondo, em Évora, e Fronteira, em Portalegre.

Nestes três municípios, um em cada três alunos repetiu pelo menos um ano no 1.º ciclo no último ano em análise.

Por outro lado, Sernancelhe, em Viseu, foi o município que no ano letivo de 2016-2017 conseguiu que todos os seus alunos concluíssem o 1.º ciclo sem reprovar.

Almodôvar, em Beja, e Mação, em Santarém, são as outras duas regiões com melhores resultados nesse ano, com taxas de conclusão de 98% e 97%, respetivamente.

Em termos nacionais, a percentagem de aprovação no 1.º ciclo passou de 80,61% para 84,15% entre 2014-2015 e 2016-2017.

Já no 2.º ciclo, os resultados melhoraram, com a taxa de conclusão no tempo esperado, ou seja, dois anos letivos, a evoluir de 85,13% para os 90,53%.

Nas taxas de retenção o país volta a revelar-se desigual, com regiões com taxas de 25% e outras sem qualquer caso de insucesso.

São os casos de Celorico da Beira, na Guarda, Penamacor, Castelo Branco, e Freixo de Espada à Cinta, Bragança, onde um em cada quatro alunos chumbou no 5.º ano, uma realidade que contrasta com Pedrógão Grande, Leiria, um dos 12 municípios onde não houve qualquer caso de retenção ou desistência em 2016-2017.

Freixo de Espada à Cinta é o município com a mais alta taxa de retenção ou desistência dos alunos do 2.º ciclo: no 5.º ano o insucesso atinge 24% dos alunos, uma situação que se agrava no 6.º ano, altura em que a percentagem sobe para 36%, a mais alta do país.

Olhando para os distritos, Beja destaca-se pela negativa no 2.º ciclo com a taxa de retenção ou desistência mais alta do país - 12% no 5.º ano e 7% no 6.º ano em 2016-2017 –, apesar de ter vindo a melhorar resultados nos três anos letivos anteriores.

Os melhores resultados distritais estão a norte, com os distritos de Viana do Castelo, Braga e Aveiro, com menos de 4% dos alunos a chumbar.

Também no 1.º ciclo entre 2013-2014 e 2016-2017 as taxas de retenção e desistência têm vindo a diminuir, continuando o 2.º ano a ser o que apresenta mais insucesso, ainda que neste período a taxa tenha baixado dos 10% para os 7%.

Num retrato nacional novamente muito díspar, com grandes diferenças entre distritos, Beja volta a destacar-se pelos piores resultados, e Viana do Castelo a ser um dos distritos com melhores resultados.

Os dados do Ministério da Educação revelam casos curiosos, como o da vila de Mourão, em Évora, onde um em cada três alunos do 2.º ano reprovou em 2016-2017, representando a taxa mais alta nesse ano no país, mas nos anos seguintes a taxa de retenção foi zero.

Lusa

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