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Associações Pais: FAPOESTEJO com novos dirigentes quer estar mais próxima das associações de pais (c/áudio)

4/02/2024 às 15:32

A FAPOESTEJO é uma Federação de Associações de Pais do Ribatejo e Oeste que representa 1quase 150 mil alunos de um território composto 36 municípios de três regiões, Oeste, Lezíria, Médio Tejo e elegeu no último sábado os seus corpos sociais para os próximos dois anos. A Escola Ruy d’Andrade, no Entroncamento, foi a base da assembleia-geral da federação, de manhã, e o palco da tomada de posse dos dirigentes assim como de um colóquio sobre descentralização, de tarde.
Daniela Almeida, da Sertã, é a nova presidente deste organismo e apontou na tomada de posse o caminho que pretende desenvolver e que é estar presente, muito presente na vida das associações de pais que integram esta federação.

Aliás, a FAPOESTEJO é uma das maiores federações de associações de pais e que juntou um território, para ganhar escala, que está a desembocar numa nova região plano do país, em termos administrativos e comunitários, que é um “casamento” entre Médio Tejo, Lezíria do Tejo e Oeste, numa separação da área metropolitana de Lisboa que tem outros problemas e desafios que não se verificam nestes territórios.

Daniela Almeida deixou agradecimentos a que sai dos órgãos sociais, pelo trabalho feito e tempo dispendido, mas agradeceu, igualmente, aos que ficam e aos novos dirigentes, a entrada neste caminho que tem como missão “contribuir para criar melhores oportunidades para as crianças e jovens.”

A nova presidente da FAPOESTEJO deixou ainda a mensagem sobre a necessidade de ter os alunos a fazer um percurso escolar normal: “é impossível dissociar os professores e auxiliares da vida dos alunos. Se a minha filha estiver bem é porque as coisas [na escola] estão a correr bem.” E depois acrescentou que a federação tem de ouvir, conhecer e apoiar. “Quero cumprir o mandato próximo das famílias e associadas (associações de pais). Queremos que todas sintam que fazem parte desta Federação. Queremos uma relação mais próxima da CONFAP [Confederação das Associações de Pais].”

 

Daniela Almeida, presidente FAPOESTEJO

Nesta tomada de posse esteve presente o Delegado Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo, Pedro Florêncio, que começou por destacar a necessidade de existência de um triângulo no sistema de educação, em que se um dos elementos falha, põe em causa os outros e, consequentemente, esse mesmo sistema.

Pedro Florêncio explicou que o triângulo assenta nos alunos, na comunidade educativa (escola, professores, auxiliares) e nos pais. E deu o exemplo pessoal de ter sido, durante 14 anos, diretor de uma escola em Setúbal que não tinha associação de pais. Referiu ter sido um trabalho árduo para conseguir criar uma associação, mas fica satisfeito, agora, ao ver que essa escola tem duas associações. E deixou claro que os pais são importantes para ajudar a implementar “coisas” novas na escola. Não se pretende que uma associação seja apenas “uma espécie de sindicato” para reivindicar isto ou aquilo, mas que seja um parceiro que ajude a dinamizar a escola e o manancial de atividades que podem acontecer para além do programa curricular e pedagógico nacional.

 

Pedro Florêncio, diretor regional de Educação

Pedro Florêncio deixou, depois, um desejo ou um sonho que tem como objetivo primordial fazer com que os pais tenham mais interesse sobre a vida da escola. Há casos positivos, mas há outros em que os pais, pura e simplesmente, não ligam ao que se passa com as crianças e jovens na vida escolar.

E este desejo passaria por criar campanhas na comunicação social, principalmente na televisão, que alertem para a necessidade dessa maior atenção a ser dada à vida escolar dos seus filhos. E algumas tenderiam mesmo a “chocar, para agitar mentalidades.”

 

Pedro Florêncio, diretor regional de Educação

A vereadora com o pelouro da Educação do Município do Entroncamento, Ilda Joaquim, deixou também a nota para esta federação que representa cerca de 10 por cento dos alunos do país. A autarca da cidade dos comboios disse que numa conversa de dez minutos, antes da cerimónia, foi desafiada para uma série de ações. E vincou essa energia de dirigentes que são, acima de tudo, pais que têm os filhos a estudar. A vereadora destacou que é com estas interações que conseguem promover a educação, a cidadania e que “o trabalho não é só responsabilidade dos outros, mas conseguir ter energia e disposição para ir mais além são exemplos de cidadania cada vez mais necessários e imprescindíveis.”

Ilda Joaquim vincou que, como mãe e avó, preocupa-a o mundo que vai deixar para as filhas e avós, ainda por cima no contexto de incertezas em que se vive atualmente.

Ilda Joaquim, vereadora CM Entroncamento

Durante a tarde a FAPOESTEJO promoveu um colóquio com o tem a “Descentralização Educação” e que contou com a presença dos secretários das comunidades intermunicipais da Lezíria do Tejo, António Torres, do Médio Tejo, Miguel Pombeiro, e com o presidente da Câmara Municipal da Sertã, Carlos Miranda. O secretário da comunidade do Oeste, Pedro Simões, estava anunciado, mas por questões de saúde não marcou presença. Ao longo de uma hora e meia, com moderação do jornalista da Antena Livre Jerónimo Belo Jorge, os intervenientes deixaram as opiniões sobre o tema, concordando com transferência de competências do poder central para as autarquias, que não é o mesmo que descentralização, mas vincando que é um caminho.

Numa linha comum defendem que a educação não deverá ser municipalizada, mas que poderá ter abordagens locais naquilo que são as áreas de escola ou de atividades extracurriculares. E os secretários das comunidades deixaram para os pais as ações que têm na área da educação e que vão muito para além do apoio financeiro para construção de escolas ou gestão dos transportes escolares. Há muito mais trabalho, como a organização de ofertas formativas do ensino profissionais, elaboração de cartas educativas, promoção do território através de jogos ou um trabalho de rastreios, auditivos e visuais, para promover a reduzir dificuldades de aprendizagem das crianças, antes de entrarem no primeiro ciclo.

Mariana Carvalho, presidente da Confap – Confederação das Associações de Pais, encerrou o dia e destacou o trabalho da escola na vida das crianças e jovens: “a escola é uma extensão da família e a família é uma extensão da escola.”

E cada vez mais tem de haver a necessidade da escola para a formação de boas pessoas, porque “se tivermos boas pessoas teremos bons profissionais.”

Depois deixou uma outra nota e que aponta a uma necessidade de olhar para a saúde mental e emocional de uma forma mais séria. “Estamos aqui para ajudar, se for preciso chegar às escolas. Podem continuar a contar com a Confap.”

Mariana Carvalho concluiu a sua intervenção com o desafio do seu mandato: “enquanto não tivermos uma associação de pais em cada escola não finalizamos a nossa missão e que não se vê.”

Uma nota para os dois momentos culturais, a abrir e fechar a sessão, sendo que a abertura foi com o projeto musical “Inclusica”, do Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento.

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