As Jornadas da Educação iniciaram hoje na Escola Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes. O momento contou com a presença do Secretário de Estado da Educação, João Costa, representantes da comunidade educativa e alunos.
Depois de um momento musical promovido pelo grupo coral do Agrupamento nº1 de Abrantes, Alcino Hermínio, diretor da Escola, iniciou a sessão afirmando que “a escola somos nós”, reforçando que “o lema desta escola é a âncora na visão do papel de todos os atores em comunidade.”
Por sua vez, o Secretário de Estado congratulou a iniciativa, afirmando que “não podia deixar de vir a Abrantes e a esta região que é uma referência no saber trabalhar a educação em parceria, juntando escolas, autarquias e comunidade educativa.”
Aos presentes, João Costa falou do plano nacional de promoção do sucesso escolar, começando por referir que o tema “do sucesso escolar, que é o tema destas vossas jornadas, está a ser abraçado cada vez mais como uma causa de todos, do país todo”.
Para a promoção do sucesso escolar, o responsável disse que o Governo convidou “cada escola a desenvolver os seus planos próprios. Esses planos foram acompanhados e a única recomendação que fizemos foi trabalhar pela promoção do sucesso escolar e não para o combate ao insucesso. São dimensões diferentes”.
“Vamos seguir as recomendações feitas a Portugal de agir ao primeiro sinal de dificuldade, agir sobre os anos iniciais de ciclo e não fazer aquilo que tem sido a nossa tradição que é esperar que os alunos reprovem uma vez, duas, três vezes e chegar com uma solução milagrosa para que saiam com um diploma. Não queremos diplomar alunos, queremos que eles aprendam”, salientou João Costa.
O Secretário de Estado disse que o Ministério da Educação tem “pedido às escolas que centrem as suas medidas na sala de aula, em estratégias na sala de aula, na diferenciação pedagógica e no trabalho colaborativo entre professores”.
Secretário de Estado – João Costa
João Costa falou do “programa qualifica”, dando conta que o Ministério está “a investir fortemente na educação e formação de adultos (…) Sabemos quando estamos a trabalhar a qualificação dos adultos, estamos também, indiretamente, a trabalhar na qualificação dos mais novos, porque os pais começam a olhar para a escola de uma forma diferente, começam a valorizar o conhecimento de uma forma diferente e a figura do professor”.
De seguida, João Costa falou da importância da “formação contínua. Estamos a reinvestir na formação contínua, num trabalho de grande proximidade com os centros de formação e os Agrupamentos de Escolas, com uma tripula preocupação: que esta formação volte a ser gratuita para os professores e por isso estamos a canalizar fundos para formação contínua, num investimento de cerca de 19 ME. Mas queremos que a formação seja relevante, de qualidade e com impacto”.
Por último, o responsável disse ser necessário “identificar dez áreas de competência chave para podermos responder às perguntas: estamos a formar para quê? O que é um aluno bem sucedido? Ao fim de 12 anos de escolaridade se está apto para investir na sua aprendizagem? Se está apto a agir de uma forma reflexiva e informada, mobilizando os conteúdos que foi adquirindo para situações de uso, para uma ação crítica sobre a informação que recebeu ou para ser ele próprio criador de conhecimento”.
Já a presidente da Câmara, na sua intervenção, fez questão de afirmar que “as câmaras estão disponíveis para receber novas competências na área da educação, com o respetivo suporte financeiro, para que se possa libertar as escolas para a componente pedagógica e os professores a fazerem o que melhor sabem: ensinar”.
Maria do Céu Albuquerque – presidente da CMA
Maria do Céu Albuquerque fez referência ao Projeto Educativo Municipal dando conta que a “Câmara tem um documento estratégico. Um plano de ação para o triénio 2013-2017. Tem uma visão de desenvolvimento em que reforça aquilo que é o nosso pilar essencial da nossa intervenção política que é melhorar a qualidade de vida e garantir as condições acrescidas de acesso por parte dos nossos cidadãos e das famílias à educação”.
O Projeto Educativo Municipal “define prioridades, orientações programáticas em que o crescimento inteligente é o cerne desta nossa visão. Nós todos sabemos que para termos uma economia desenvolvida temos que a basear no conhecimento. E é a partir daí que a temos de trabalhar”, afirmou a presidente, acrescentando que o projeto "não é um projeto da câmara, é da comunidade educativa e portanto teve o envolvimento de todos”.
Maria do Céu Albuquerque recordou a “requalificação do Parque Escolar”, referindo que a Câmara criou “novos centros escolares” e que teve “de fazer opções, deixando cair a construção do novo centro escolar para pegar no Colégio Nossa Senhora de Fátima”, transformando-o “no centro escolar da cidade, cuja obra se iniciará até ao inicio do verão”.
A presidente disse ser uma “uma ambição” do Agrupamento nº 2 e da comunidade educativa, onde a câmara se associa, “a qualificação da antiga residência de estudantes, aqui contígua, para a escola poder fazer face àquilo que é o seu projeto educativo na área da música”.
Sobre a EPDRA, a autarca abrantina referiu haver “ um constrangimento que tem a ver com a residência de estudantes, que é uma antiga escola pertença do Ministério e que tem de ser requalificada. Mais uma vez a Câmara está ao lado da escola e do Governo para encontramos juntos uma solução que dignifique as condições”.
Por último, Maria do Céu Albuquerque disse que a Câmara tem o objetivo de ver Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, pertença do IPT, numa “nova instalação, com uma nova vocação e com um novo espírito mais próximo da vocação empresarial”.
As Jornadas continuaram durante todo o dia com a apresentação do Projeto Educativo Municipal de Abrantes. Um momento que ficou a cargo da vereadora com o pelouro da Educação, Celeste Simão e da coordenadora Helena Martinho, técnica na Câmara Municipal.
Seguiram-se os painéis o “Sucesso Educativo: Desafios e Oportunidades”, prolongando-se para a tarde com a mesa redonda “Sucesso Educativo – Olhares”.
Esta quinta-feira, dia 16 de março, as ações decorrem na Escola Dr. Solano de Abreu, com o Parlamento Criança/Sénior e o Parlamento Jovem sob o tema “O que esperamos da Escola”.
Celeste Simão, vereadora e Helena Martinho técnica na CMA
Créditos:CMA/Fernando Baio