O Centro Escolar de Tramagal, foi na terça-feira, dia 6 de novembro, fechado a cadeado pelos pais dos mais de 80 alunos em protesto pelo "número insuficiente de assistentes operacionais" e pela "falta de segurança e acompanhamento" das crianças.
Deslocalização de assistentes, otimização de horários e o apoio da Junta de Freguesia de Tramagal foram as soluções encontradas para superar as dificuldades da falta de assistentes operacionais com que se debate o Centro Escolar.
Ao final do dia de terça-feira, o diretor do Agrupamento de Escolas, Alcino Hermínio, reuniu com a vereadora da educação, com a presidente da Associação de Pais de Tramagal e São Miguel do Rio Torto, com a coordenadora da escola e com o presidente da Junta da Freguesia e encontraram uma solução conjunta.
“Fez-se uma análise dos recursos humanos disponíveis por parte de cada um dos parceiros uma vez que as responsabilidades são complementares (…) E encontrou-se uma solução com várias vertentes”, avançou o diretor à Antena Livre, explicando que “a Câmara, através dos funcionários que tem na escola, e o Agrupamento, através dos funcionários geridos de uma forma global”, deslocaram mais uma pessoa para a Escola de Tramagal, na quarta-feira de manhã.
A principal preocupação dos pais era a hora de almoço no refeitório e para o efeito “a Junta de Freguesia colocou uma pessoa para a hora de almoço para os próximos dias e até que este pico de dificuldades se ultrapasse”, referiu Alcino Hermínio, tendo acrescentado que “foi feito um ajustamento do horário das pessoas que trabalham no Tramagal, quer os colocados pela Câmara, quer os colocados pelo Ministério, para otimizar esses recursos e melhorar a prestação de serviço aos alunos”.
O Diretor do Agrupamento de Escolas, Alcino Hermínio, alerta que estas situações vão continuar a ocorrer
Para o Centro Escolar de Tramagal, “a legislação em vigor estipula para o primeiro ciclo dois assistentes, para o pré-escolar um assistente e, depois, como a escola tem refeitório, apesar de não ter a confeção, só serve, duas assistentes. Estes assistentes são colocados pelo Município, as outras duas são colocadas pelo Ministério, através do Agrupamento”, explicou o diretor.
No entanto, apesar de a situação estar, para já, resolvida, Alcino Hermínio também disse aos pais que estas situações vão continuar a ocorrer enquanto não houverem mudanças na Lei.
“A legislação que orienta os diretores, que é a Portaria dos Rácios, não permite uma resolução rápida quando há situações de acumular de doença. Assim, os diretores, com os assistentes que têm ao serviço, têm de tentar minorar as dificuldades. O que aconteceu, foi mais uma situação de doença [com uma assistente] e os pais preocupados, tomaram a atitude de fechar a escola, com a qual eu não concordo, mas respeito”, vincou Alcino Hermínio.
O diretor afirmou que “enquanto a portaria não for alterada, no sentido de permitir uma gestão mais rápida destes picos de falta de assistentes por situação de doença, nós vamos ter estes episódios como este em muitas escolas do país”.
“Nós não nos podemos esquecer que quer o quadro de pessoal docente, quer o não docente está cada vez mais idoso, e têm entrado muito poucas pessoas novas na escola. Com o avançar da idade, as pessoas têm menos resistência física para fazer determinados trabalhos e adoecem com mais facilidade. E, portanto, estes problemas vão continuar a existir”, rematou.
Na terça-feira, quando chegaram ao Centro Escolar, pelas 07:30, as duas funcionárias das Atividades de Tempos Livres (ATL) do pré-escolar, que são pagas pela Associação de Pais, deparam-se com o portão principal da escola fechado a cadeado e com um cartaz onde se podia ler: "Queremos funcionárias! Não há condições".
Chamada ao local, a GNR rebentou com os cadeados e abriu os portões cerca das 09:30, tendo os encarregados de educação recusado a entrada dos seus educandos no estabelecimento de ensino.
C/Lusa
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