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CLDS Abrantes: “No Gabinete de Empregabilidade conseguimos chegar a 351 pessoas”

7/02/2018 às 00:00

A equipa: Hélder Branco, Paula Henriques, Daniela Rebeca, Vânia Alegre e Mónica Macide

Daniela Rebeca (DR), animadora sociocultural, é, desde o início de janeiro, a Coordenadora do CLDS 3G (Contrato Local de Desenvolvimento Social, 3ª Geração) de Abrantes. Para a conversa com o JÁ trouxe Vânia Alegre (VA), assistente social. Ambas integram o projeto desde o seu início, em novembro de 2015.

O que é o CLDS?

DR É um programa que tem como finalidade promover a inclusão social dos cidadãos, através de ações a executar em parceria, de forma a combater a pobreza persistente e a exclusão social. O projeto decorre durante 35 meses, que terminam em agosto próximo, mas pode ser prolongado até dezembro. Desenvolve-se em três eixos [ver destaque] e pretende responder a necessidades detetadas pela Rede Social de Abrantes que desenhou o projeto e convidou o CRIA a colocá-lo no terreno. Portanto, quando chegámos, o projeto estava desenhado, coube-nos executá-lo.

E da 3ª geração…

VA Quer dizer que houve duas antes, a nível do país, mas esta é a primeira vez que Abrantes tem acesso. Por isso talvez a nossa ação seja pouco conhecida das pessoas e das organizações. Se continuasse, talvez fôssemos mais conhecidas e fosse mais produtivo.

Em pouco mais de dois anos, é a terceira coordenadora…

DR A primeira teve de ser substituída por razões de saúde e a segunda porque encontrou uma oportunidade de trabalho na área dela e mais perto de casa. Eu fui nomeada pela Direcção do CRIA e comecei estas funções a 8 de janeiro deste ano.

Estamos a seis meses do possível fim do projeto. Qual é o balanço?

DR Positivo, sem dúvida. Contudo, queríamos que as coisas fossem continuadas depois do que nós fazemos e isso normalmente não acontece. Nós vamos lá, há recetividade, fazemos, e termina ali. Mas, de forma geral, está a correr bem. As pessoas aderem, embora nalgumas atividades não tanto como gostaríamos. Há ainda o receio de se envolverem.

Para colmatar esta dificuldade de acesso às pessoas, procuramos trabalhar em parceria com as juntas de freguesia e com as associações, que estão mais perto das pessoas.

Que tipo de ações fazem?

DR São muito diversificadas, de acordo com os três eixos [ver destaque]. Por exemplo intervimos no campo do emprego, da intervenção familiar e da pobreza infantil, da motivação para a inserção profissional, do empreendedorismo, da empregabilidade…

VA  … das associações.

DR Por exemplo na valorização do artesanato da região, tivemos workshops de confeção de velas com cera de abelha. Para famílias carenciadas temos workshops de culinária à medida, para que tenham uma alimentação económica e saudável. Temos atividades de educação parental. O incentivo às práticas agrícolas, para poderem cultivar e assim pouparem de outro modo. Para idosos, ações de prevenção de quedas e de burlas. Ações sobre igualdade de género.

VA Pretende-se que haja mudanças nos hábitos da população.

Daniela Rebeca e Vânia Alegre

O projeto já está numa fase muito adiantada. Quais são os principais resultados?

DR Foram no Gabinete de Empregabilidade, onde conseguimos chegar a 351 pessoas inscritas, num trabalho individualizado; atendimento e acompanhamento, ajuda a fazer o currículo ou uma carta de apresentação ou na preparação para uma entrevista… Procuramos ajudar a enquadrar-se no mundo do trabalho. Já conseguimos mais de uma dezena de integrações no mercado de trabalho, embora em contratos de emprego-inserção, o que nos diz que o nosso trabalho está a ter efeitos.

Quais são as maiores dificuldades para as pessoas se integrarem no mercado de trabalho?

DR A baixa escolaridade, pessoas com alguma idade…

VA e a falta de motivação, porque grande parte das pessoas são beneficiárias do RSI e acabam por se agarrar a esse rendimento.

DR Trabalhamos bastante com pessoas do RSI, em que procuramos complementar o trabalho da Segurança Social, do Centro de Emprego e das técnicas do RSI. Fazemos um trabalho mais individual e mais focado na pessoa, nos seus problemas e nas suas capacidades.

Há outras entidades a trabalhar com este tipo de pessoas…

DR Exatamente. Trabalhamos sempre em parceria. Há reuniões com o Centro de Emprego, a Segurança Social, o GIP (Gabinete de Inserção Profissional) do Tagus Valley, com a equipa do RSI, para não haver sobreposições.

VA Tentamos fazer um trabalho em rede.

Iam a continuar…

VA No eixo 2, intervenção familiar e parental, os resultados também têm sido muito positivos, através de ações nas escolas: agir desde cedo no sentido a prevenção. Falamos de igualdade de género, diversidade cultural, direitos humanos e uma atividade de sensibilização para a gestão orçamental, sobre hábitos de poupança. E eles gostam, pois é numa dinâmica lúdica. Outra atividade que correu muito bem foi com pessoas idosas, de prevenção contra quedas e burlas, em parceria com a PSP, a GNR e a Cruz Vermelha.

DR No eixo 3, entre outras atividades, criámos no CRIA um serviço de engomadoria, que tem já uma carteira de clientes. E fizemos formação em novas tecnologias.

Trabalham a pedido da Rede Social. Tem havido articulação?

DR Sim, tem sido muito boa. Vamos às reuniões da Rede Social e apresentamos o nosso trabalho, fazemos relatórios semestrais e eles vão-nos dando sugestões.

Alves Jana

 

CLDS 3G Abrantes

Duração

De novembro 2015

a agosto de 2018

Objetivos

Promover a produção, divulgação e comercialização de produtos locais / regionais

Reduzir o isolamento e a exclusão social

Promover o aumento da empregabilidade

Combater situações críticas de pobreza, particularmente infantil

Promover a inclusão ativa das pessoas com deficiência e incapacidade, bem como a capacitação das instituições

Eixos de ação

Eixo 1 – Emprego, formação e qualificação

Eixo 2 – Intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza

Eixo 3 – Capacitação da comunidade e das instituições

Destinatários

Empresários

População desempregada

Beneficiários do RSI

Pais / Famílias

População portadora de deficiência e/ou incapacidade

População idosa mais isolada

Dirigentes e quadros associativos voluntários

Instituições / Associações locais

Técnicos

1 coordenadora

1 socióloga

2 assistentes sociais

1 psicólogo clínico

Contacto

CRIA 241 379 750

cria-clds@cria.com.pt

 

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