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“Esta Festa é no fundo uma montra daquilo que temos em Vila Nova da Barquinha”

8/06/2018 às 00:00

Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal, fala ao Jornal de Abrantes da Feira do Tejo. Um certame que diz ser das pessoas, sendo elas as protagonistas daquele que é o principal evento concelhio. Para além das festas, o autarca barquinhense traça-nos o cenário dos principais projetos que o Município tem “em mãos”.

O caracteriza a Feira do Tejo?

Uma das marcas da Feira do Tejo são as pessoas. Sem a população estas festas não se faziam.

A Feira tem um sentido muito interessante que é o pulsar das próprias coletividades. De facto, durante este período as coletividades trazem para o território o que fazem, e que fazem bem, durante a sua atividade anual.

Podemos afirmar que estas festas são das pessoas de Barquinha?

Sem dúvida, são das pessoas da Barquinha e cada vez mais de toda a região. São elas que fazem a festa. A Câmara apoia, contrata alguns artistas, mas são elas que gerem aqui o certame, que se preparam durante o ano para mostrar o que de bom fazem em sede da própria. Esta festa é no fundo uma montra daquilo que temos em Vila Nova da Barquinha. Nesta altura, mostramos a “montra” principal, portanto o que de bom fazemos.

É um programa bastante diversificado. Quais vão ser os principais destaques?

É difícil identificar um aspeto ou outro porque o programa é de facto vasto e rico em atividades. Contudo, é possível dizer que vamos ter canoagem, hipismo, a participação dos paraquedistas com os balões de ar quente, as marchas populares, danças de salão, a música, e vários aspetos culturais. Tanta diversidade, mas onde é muito importante destacar este ano a questão do teatro. O teatro de rua vai ser uma aposta que este ano quisemos recuperar para intensificar a nossa aposta na arte e na cultura.

Falou numa aposta nos aprestos culturais. Dê-nos alguns exemplos?

Destaco por exemplo os ateliês artísticos de Judith Bauer e Mona Martins sempre disponíveis na Galeria de Santo António e a exposição que estará na Galeria do Parque dedicada ao Sam Abercromby.

Queremos honrar um artista que é residente no nosso território, em Tomar, e que muito tem contribuído para o Centro de Estudos de Arte Contemporânea (CEAC) aqui em Vila Nova da Barquinha, com workshops e demonstrações de pintura.

É uma exposição de pintura que vamos ter. Pensamos que devemos dar voz e visibilidade a artistas nacionais, mas devemos de dar atenção e carinho a quem durante o ano se dedica aos nossos equipamentos como o CEAC, que já tem cerca de 60 alunos.

A Feira do Tejo é um modelo consolidado?

Sim. Quem olha para o nosso programa das festas percebe facilmente que nós temos umas festas atrativas devido à excelência do parque. Sentimos que este é um modelo onde as pessoas se sentem bem. De facto, são dias em que nós sentimos que apoiamos as coletividades e elas a nós. Aliás, as festas fazem-se para as pessoas, para as populações, para a sua socialização e para a mostra do que fazem melhor.

“Barquinha tem caminhado com sustentabilidade, com direção, com objetivas definidos e tem colhido frutos”

Almourol vai voltar a estar obra? O que está previsto?

Vamos proceder à remoção dos elementos amorfos e de espécies infestantes na ilha. Com a intervenção queremos facilitar o acesso ao castelo com umas escadas em granito com o objetivo a facilitar a mobilidade por parte das pessoas que nos visitam. Temos ainda prevista a colocação de um palco amovível.

Depois, temos a intervenção no cais de Tancos. O cais é do tempo manuelino. Não há registos históricos de inventariação do que está por debaixo do cais. Assim, tivemos de adjudicar a uma empresa privada uma monitorização do próprio cais, ou seja, estão a ser feitas sondagens e estudos das estruturas que ali existem.

Esta intervenção é muito importante, pois é dali que partem os respetivos barcos para a zona do Arrepiado. É dali que partem os barcos para Almourol e é ali que se concentra muito do turismo da região que nos visita no nosso concelho.

No âmbito da promoção turística do concelho o que está para breve previsto?

Temos os percursos do Tejo, ou seja, a ligação do concelho da Barquinha com Constância através de percursos de BTT e caminhos pedestres. Neste momento, estamos numa fase de negociação com os privados que nos terão de passar as devidas licenças e depois iremos intervir nalgumas zonas onde devido à morfologia do solo teremos de construir algumas pontes e passadiços para permitir a mobilidade.

O desporto de BTT tem tido uma grande dinâmica e isso verifica-se um pouco por toda a região.

A Praça da República vai ter uma nova “cara”. O que vai acontecer?

A obra já foi adjudicada. Vamos requalificar todo o espaço envolvente, conservando a calçada portuguesa ali existente. Vamos nivelar, vamos por um vidro por cima da calçada, com luzes laterais, numa visão mais contemporânea e que possa ser utilizada pelos peões.

O nosso objetivo é devolver a praça para atos de comércio e esplanadas, alindando aquele espaço.

E a regeneração urbana começa a ter resultados?

A regeneração da vila está a correr muito bem. Parece uma autêntica uma revolução. E isto deve-se ao facto de as pessoas considerarem que a Barquinha é um bom lugar para viver. A forte dinâmica deve-se a vários fatores: a abertura do crédito no sistema bancário, os incentivos previstos na ARU com o Iva a 6%,10 anos de isenção de IMI e a tributação a triplicar de IMI para quem não conserva, nem regenera.

Foi uma conjugação de esforços que gerou toda esta dinâmica. Barquinha tem caminhado com sustentabilidade, com direção, com objetivas definidos e tem colhido frutos.

O Jardim de Infância de Barquinha está quase concluído?

Sim. Neste momento queremos crer que no arranque do novo ano letivo estamos em condições de abrir a escola. Temos 3 salas com capacidade de resposta para 75 crianças no novo Jardim de Infância. É um investimento de cerca de 580 mil euros, comparticipado a 85%, por fundos comunitários. Mediante a renovação do parque escolar que aconteceu, faltava-nos este espaço.

Qual é o ponto de situação da reativação da Base Aérea nº3 em Tancos?

Tudo o que diz respeito a este assunto passará por uma decisão política.

Há vários cenários em cima da mesa, como por exemplo a coexistência entre um aeroporto civil e militar. Civil porque com a requalificação da pista e das infraestruturas adjacentes existe a possibilidade de se abrir o tráfego civil, com a questão low cost para Fátima, que tem um fluxo de turistas muito significativo.

Face a esta possibilidade, de haver ali a coexistência da parte militar com a parte civil, já surgiram empresas privadas que me contactaram no sentido de abordar esta temática junto do poder político, o que já fiz.

Neste momento, a pressão que deve existir é para que se possa requalificar Tancos no sentido de conservar as infraestruturas que estão lá. Se optarmos por este caminho estamos a ir no caminho certo. E dentro em breve irei levar aos meus parceiros da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo uma resolução no sentido de alertar o Governo para os investimentos em Tancos. Será uma posição conjunta, com outra força, sendo que este assunto é de interesse regional.

E o ninho de empresas?

Neste momento, a obra está adjudicada. Vamos avançar com os respetivos licenciamentos e pensamos que durante o verão iremos começar com empreitada junto da Loja do Cidadão, em dois edifícios devolutos.

Será um edifício com espaços de coworking, para incubação de empresas, com cerca de uma dezena de espaços que terá também uma loja de produtos locais e endógenos que sirva de apoio à receção de algumas empresas.  Já temos alguns espaços que têm interessados.

É investimento de 500 mil euros que talvez no início do primeiro semestre de 2019 estejamos em condições de inaugurar.

Também pretendemos dar avanço à beneficiação do Centro de Negócios, já na zona industrial. Estamos a ultimar o estudo de um projeto de consultadoria com várias empresas no sentido de alocar alguns benefícios novos ao parque empresarial.

Estamos ainda a pensar no aumento do parque na zona norte da Atalaia, tratando-se de uma segunda zona empresarial que queremos requalificar. Portanto, estamos apostados em dinamizar o parque empresarial.

Joana Margarida Carvalho

 

Para Fernando Freire a Feira do Tejo é caracterizada por três palavras:

Associações; Arte e Qualidade de Vida.

Investimento da festa - 100 mil euros

 

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