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Paulo Neto, presidente do SAB: “Falta-nos o apoio da comunidade abrantina”

5/02/2019 às 00:00

O Sport Abrantes e Benfica (SAB) fez história no futebol sénior ao tornar-se a única equipa portuguesa 100% vitoriosa, depois de ter ganho ao TSU, e após o Belenenses e o CD Amadora da 1º divisão distrital terem empatado. A equipa conta somente por vitórias todos os jogos disputados em todas as competições. A Antena Livre esteve à conversa com Paulo Neto, presidente do SAB para explicar melhor este feito e saber os objetivos da equipa traçados para o futuro.

 

O que significa para si e para o resto da equipa estarem a fazer história, ao serem a única equipa portuguesa 100% vitoriosa?

No início não era esse o nosso objetivo. A nossa pretensão era chegarmos à 1ª divisão distrital. É claro que nesta altura estamos supersatisfeitos pela prestação da equipa, porque só aos jogadores e ao treinador se deve esse feito. Contamos com 14 jogos para o campeonato da Associação de Futebol de Santarém só com vitórias e com jogos da taça só com vitórias em todos os jogos.

 

Qual é o objetivo da equipa em termos de classificação?

Para toda a direção, toda a equipa técnica, todos os atletas e todos os acompanhantes, o sentido é único, que é de levar o nosso esforço o mais longe possível. Claro que se deve à qualidade e prestação dos jogadores dentro do campo, do treinador, de toda a sua equipa técnica, desde o condutor, do roupeiro, do massagista, do diretor em campo, dos treinadores adjuntos e até da própria direção.

Sempre acompanhámos o máximo possível os nossos atletas. Nesta altura, o mais visível são os seniores devido às 18 prestações dos 18 jogos só com vitórias, e, portanto, leva que a nossa ambição e o nosso objetivo seja, de jogo para jogo, chegarmos o mais longe possível com o pleno de vitórias, apesar de esse não ser o ponto fulcral da nossa história. Termos este tipo de prestações, para nós, já é muito bom. Estamos a fazer história em Portugal, estamos a levar o nome do Sport Abrantes e Benfica longe. Ouve-se em todo lado que somos a única equipa só com vitórias e estamos a levar o nome do Município de Abrantes e de todos os abrantinos o mais longe possível.

 

 

Notei que a média de idades desta equipa é relativamente baixa, será que o facto de a equipa ter maioritariamente jogadores jovens é um fator para o sucesso?

O fator para o sucesso é a qualidade que os jogadores têm, o empenho, a dedicação ao clube. Cerca de 70% dos jogadores deste plantel são oriundos da formação do SAB. Ter “massa nova” é sempre bom. Também temos alguns com um pouco mais de experiência, mas não temos veteranos na equipa. Isto é tudo um esforço e dedicação de um conjunto de pessoas que neste clube se empenharam para tentar trazer para cá os bons valores que nós tínhamos e recheá-los com outros bons nomes, de que o próprio técnico e toda a sua equipa técnica sabiam que faziam falta. Graças a isso conseguimos trazer vários jogadores e estamos todos muito felizes, porque neste momento temos qualidade. Temos jogadores para várias posições, o que nos dá algum alento e uma capacidade determinante do treinador, que tem que deixar sempre alguém de fora, tendo todos uma qualidade acima da média.

 

Esta equipa sofreu muitos poucos golos, sendo que só sofreu dois golos na Taça. Será porque a equipa adotou uma estratégia mais defensiva ou é porque têm defesas de qualidade?

Tudo se resume à própria equipa. Eles defendem todos, atacam todos. A humildade e o esforço de equipa, o espírito de equipa desde o balneário, desde que eles se juntam no aquecimento e mesmo no próprio jogo. O espírito de sacrifício é feito por toda a equipa. O valor que nós temos em campo é o funcionamento em conjunto. Somos o que se chama uma verdadeira equipa.

 

Será que a equipa vai saber lidar com uma eventual perda de pontos ou até mesmo com a primeira derrota?

Saber ganhar é fácil, saber perder é mais complicado, mas nós estamos preparados para a primeira derrota. Nos jogos da Taça já vamos jogar de igual para desigual, porque já vamos apanhar equipas da 1ª divisão distrital. Penso que temos qualidade para chegar o mais longe possível e não estamos a falar de chegarmos à final. É claro que nesta altura estamos nas meias-finais e o objetivo é tentarmos chegar mais longe.

 

No percurso de uma equipa durante a época, nem tudo é perfeito. Acha que falta algo a esta equipa apesar do sucesso que estão a ter?

Sim falta, o apoio de toda a comunidade abrantina. Sentimos falta do acompanhamento deles. Temos tido alguns acompanhantes, quer em casa quer fora, mas é pessoal ligado aos jogadores ou à direção. Precisávamos que a comunidade abrantina acompanhasse mais, visse que temos valor, que temos futebol e que pudessem assim partilhar esses bons momentos connosco.

 

E quanto ao futebol de formação? Continua a ser a principal aposta do clube?

A aposta principal do clube é no futebol de formação. Os seniores iniciaram, depois de três décadas, decidindo assim arrancar este ano. Estamos a ganhar experiência por parte da direção e vamos ver até onde poderemos ir. É claro que tendo apoios financeiros e logísticos podemos ir mais longe e não tendo esses apoios temos que nos limitar àquilo que nós podemos ter e que vamos ter com certeza.

 

Acha que o futebol sénior é o complemento que faltava para dar continuidade ao trabalho feito na formação?

Sim, era o que nos faltava, porque víamos muitos bons valores nos juniores a irem embora. Muitos pecavam por não quererem mais jogar à bola, outros iam para outros clubes aqui à volta, nomeadamente INATEL, 1º divisão distrital, 2º distrital e não havia um aproveitamento, porque nós formávamos e saía uma fornada jogadores que não eram aproveitados, ou seja, eram aproveitados 3 ou 4 elementos, mas não era aproveitada a equipa. O valor que o SAB tem é o conjunto e nós não conseguíamos ver num futuro próximo o conjunto a ser trabalhado ou a trabalhar. Víamos jogadores a irem para todas as equipas nas zonas circundantes ou algumas em localidades mais longínquas, e o sentido de equipa que eles sempre tiveram perdia-se. Então, foi nesse aspeto que nós decidimos agarrar os nossos jogadores. Formar um bom conjunto, e conseguimos através da equipa técnica e dos diretores e de todos os que fazem parte da equipa de seniores, fazer acontecer. E claro, como se costuma dizer, na terceira parte continuamos a ser uma equipa e estamos todos juntos.

 

Nélio Dias

(Dados prestados à data da entrevista)

 

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