Teve lugar esta quarta-feira, 12 de julho, o habitual briefing quinzenal da Proteção Civil em Abrantes. Desta vez, os deputados da Assembleia Municipal foram convidados a assistir e participar, bem como a comunicação social. Na sessão, foi efetuado o balanço das atividades e do trabalho desenvolvido no âmbito da Proteção Civil, atualmente na denominada “Fase Charlie”.
A iniciativa decorreu no Edifício Pirâmide, em Abrantes, e a presidente da Câmara Municipal, enquanto autoridade municipal da Proteção Civil, presidiu ao briefing de balanço o qual também contou com a presença do Comandante Operacional Distrital da Autoridade Nacional da Proteção Civil, Mário Silvestre e o Comandante dos Bombeiros, António Jesus, numa sessão aberta.
Maria do Céu Albuquerque iniciou a sessão dando conta das “duas candidaturas aprovadas, uma já executada e outra em fase de preparação de execução para consolidação de duas zonas que tiveram incêndios, uma em Martinchel e outra em Fontes”. No âmbito do PRODER, o Município fez uma intervenção na criação de faixas de proteção, no norte do concelho e “apresentamos já uma nova candidatura no PDR2020, para concluir o trabalho que não foi feito na primeira candidatura. Estamos a falar de uma candidatura de 1 milhão de euros”.
A partir de dia 1 de agosto, a Câmara Municipal verá o “gabinete de Proteção Civil, gabinete Florestal e um gabinete de Intervenção e de Apoio ao Desenvolvimento Agrícola serem reforçados de competências” mencionou a presidente, acrescentando que “vai ter uma comandante operacional municipal da proteção civil e um engenheiro técnico florestal". "Esta equipa vem reforçar o gabinete florestal com uma engenheira geógrafa que já existe e com um engenheiro agrónomo que já esta na Câmara”.
“Com esta equipa queremos fazer uma melhor prevenção e com isso queremos ter respostas mais eficientes, mais eficazes, mas com isso também podermos trazer o privado para a assunção de uma responsabilidade que é sua”, aludiu Maria do Céu Albuquerque.
Durante o Briefing foi apresentada uma nova máquina de rasto. A autarca adiantou que pediu ajuda “à ZIF de Aldeia do Mato e às novas ZIF’s que vão ser geridas pela Associação de Agricultores para ajudarem a identificar um espaço de difíceis acessos para experimentarmos uma máquina de rasto telecomandada”, um protótipo desenvolvido por jovens engenheiros da freguesia de Fontes. “Queremos experimentar para ver a sua operacionalidade nas condições do nosso território, para as disponibilizarmos para as ZIF’s poderem efetuar este trabalho”.
Maria do Céu Albuquerque, em declarações à Antena Livre, explicou que para esta sessão foi pedido a todos “os nossos parceiros, a todos os nossos conselheiros desta Comissão para fazerem um resumo da sua área de intervenção, dos pontos críticos e dos pontos chave do sucesso do combate ao incêndio”.
A autarca referiu que o “Concelho apresenta cerca de 60% de mancha florestal e, nesta altura, está completamente coberto com zonas de intervenção florestal”, afirmando que é necessário que os privados coloquem “os seus bens, os seus terrenos dentro destas zonas para que, do ponto de vista da intervenção, possa ser feito um trabalho mais sistemático de maneira a podermos chegar a esta fase sem correr riscos excessivos”.
A presidente de Câmara esclareceu que “98% do património florestal do nosso país é privado”, e que os proprietários têm “responsabilidades diretas, mas que infelizmente nem todos assumem essa responsabilidade”.
Questionada pela AL sobre quais as medidas tomadas pelo Município quanto à limpeza e manutenção dos terrenos próximos de habitações, Maria do Céu Albuquerque, explicou que o que fazem é o que “decorre da lei. É a notificação dos proprietários para que o possam fazer sobre pena de poderem incorrer em coimas, por falta de limpeza”.
A autarca identificou que existem outras formas, por exemplo, através “dos nossos serviços técnicos ou por denúncia dos cidadãos, notificamos os proprietários dos terrenos ou a própria GNR que faz essa notificação e, muitas vezes, aplica logo a coima associada à falta de limpeza. Gostaríamos muito que isto não tivesse qua acontecer, que cada um dos proprietários assumisse a sua responsabilidade.
Foi ainda referida a importância da prevenção e da consciência social. Mário Silvestre, comandante distrital, explicou que "os cidadãos só tomam consciência que temos um problema quando dos incêndios decorrem vitimas,” A discussão não pode ser feita só hoje, mas tem que ser feita sempre, tem que se ganhar consciência”, aludiu.
“Houve 21 ocorrência num só dia, no dia 3 de julho, no distrito de Santarém. Enquanto não mudarmos a mentalidade das pessoas, não dá”, concluiu Mário Silvestre.
O comandante dos Bombeiros Municipais de Abrantes, António Jesus, iniciou a sua intervenção dando conta das últimas ocorrências no concelho de Abrantes e Constância, referindo-se também à problemática dos maus hábitos dos portugueses.
A palavra foi dada aos parceiros, onde apresentaram aos presentes a sua área de intervenção, tais como o 2º comandante António Ferreira, em representação do RAME de Abrantes, a GNR, João Furtado Pereira, presidente da Associação Humanitária, Bruno Freitas, da Afocelca, André Nunes, da Gestiverde e o Comandante da PSP de Abrantes, Daniel Marques.
O briefing terminou com uma sessão de esclarecimentos onde os presentes puderam desfazer as suas dúvidas.
Fátima Saraiva_Estagiária ESTA