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Abrantes: Carlos Matias (BE) exige que Celtejo reduza a produção - COM SOM

13/02/2017 às 00:00

Carlos Matias, Alcino Hermínio, Armindo Silveira e Pedro Grave

O deputado do BE eleito pelo distrito de Santarém, Carlos Matias, realizou, hoje, uma visita ao açude insuflável de Abrantes na sequência “das descargas poluentes no rio Tejo”.

No local, o deputado apresentou um Projeto de Resolução referente à empresa Celtejo, sediada em Vila Velha de Rodão, que exige uma redução da sua produção e que vai ser discutido e votado na Comissão de Ambiente da Assembleia da República.

 “Como comprovadamente a Celtejo não tem capacidade para processar os efluentes da produção que tem, então que reduza a produção para o nível que é capaz de processar. Porque sem isso, vamos continuar a assistir a episódios gravíssimos como aqueles que assistimos aqui no rio”.

“A Celtejo não tem capacidade de processar os efluentes que está a lançar no rio, então, forçosamente, tem de reduzir a produção. É isto que a Assembleia da República recomenda ao Governo (…) de outra forma não passamos de declarações vazias, de preocupação e de afirmações que soam um pouco a bazófias que depois são inconsequentes”, sublinhou o deputado.

Carlos Matias gostaria de “ver todos os deputados, em particular aqueles que são mais insistentes denunciadores da poluição do Tejo, como é o caso do deputado Duarte Marques de Mação, a associarem-se e a votarem a favor deste projeto de resolução. Porque não basta manifestar preocupação, é preciso pôr preto no branco, é preciso que o PSD, o PS, todos os outros partidos, votem a favor deste projeto de resolução”.

Carlos Matias adiantou ainda que o BE sabe que “o atual Governo emitiu uma licença, em maio de 2016, à Celtejo”, que permite que a empresa “canalize os efluentes para o rio, que é três vezes superior àquela que estava autorizada antes. Portanto, o próprio Governo acabou por legalizar uma ilegalidade que vinha a ser cometida pela Celtejo ao longo de todo o ano de 2015 e parte de 2016”.

“Este Governo deu cobertura à ilegalidade que a Celtejo estava a cometer. E portanto permitiu níveis de lançamento de efluentes no rio que são incomportáveis para a vida no rio”, aludiu o deputado.

 “O Sr. Ministro esteve há poucos dias em Abrantes a prometer que tinha acabado a impunidade sobre a poluição do Tejo. E portanto nós não vamos largar o Sr. Ministro enquanto ele não disser quem é que é punido por este atentado que houve aqui”, afirmou.

No que diz respeito à manifestação convocada pelo ProTEJO para o dia 4 de março, junto ao cais de Vila Velha de Rodão, contra a poluição do rio Tejo, Carlos Matias disse ver com “muito agrado” a iniciativa.

“Os ambientalistas, as associações e as autarquias estão de facto preocupadas, têm levantado esta exigência de despoluição e de penalização dos prevaricadores. Portanto, essa manifestação é uma iniciativa muito oportuna que nós acarinhamos e que seria bom que tivesse uma grande participação”, salientou.

Na visita ao açude de Abrantes estiveram presentes alguns dirigentes do BE da coordenadora concelhia de Abrantes. Armindo Silveira, deputado do BE na Assembleia Municipal de Abrantes, referiu que acompanhou os episódios da semana passada referentes ao rio com grande “preocupação e perplexidade”.

“Esta é uma situação que se arrasta há mais de 2 anos (…) A comunicação social local, regional e nacional acaba por dar eco das preocupações das associações, dos cidadãos, dos partidos políticos, mas depois parece que existe da parte do poder político, especialmente do Ministério do Ambiente, uma certa apatia”, referiu o bloquista.

Armindo Silveira afirmou que “ existe uma negociação nos bastidores que dá apoios à Celtejo, autorizando a empresa a ter o ónus dos timings da construção da sua etar. A própria lei do ambiente diz que o Governo tem de assumir em primeira mão essa responsabilidade, não pode ser a Celtejo. O Governo tem de impor prazos à empresa”.

“Da parte da Câmara e Assembleia Municipal de Vila Velha de Rodão também existe uma apatia que nós aqui em Abrantes (…) achamos que é uma cumplicidade”, fez notar.

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*Reportagem radiofónica para ouvir na Antena Livre esta terça-feira, às 12h00.

 

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