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Abrantes: Governo cria dois postos de monitorização da qualidade da água do Tejo

30/01/2018 às 00:00

O Governo criou dois postos de monitorização da qualidade da água no rio Tejo, na região de Abrantes, e está a proceder ao levantamento topo-hidrográfico, em resposta ao surgimento do manto de espuma branca, foi ontem anunciado.

Em comunicado, o Ministério do Ambiente refere que está a levar a cabo um conjunto de medidas de curto prazo para combater a poluição no rio Tejo, junto ao Açude de Abrantes, distrito de Santarém.

"Dando cumprimento ao determinado pelo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, no passado sábado, foram destacados seis camiões cisterna para aspirar a espuma acumulada no rio Tejo, junto ao açude de Abrantes. Esta ação, embora não resolva o problema de poluição, visa reduzir o impacto visual e impede, sobretudo, que a poluição se desloque para jusante", explica a nota.

Em jeito de balanço, o Ministério do Ambiente refere que, durante o fim de semana, foram realizados 13 transportes, o que corresponde a um volume aspirado de espuma de, aproximadamente, de 158 m3, tendo sido a espuma encaminhada para a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Vila Nova da Barquinha, no mesmo distrito.

"Em função da capacidade de tratamento das ETAR poderá verificar-se, nos próximos dias, a necessidade de encaminhar espuma também para a ETAR do Gavião", aponta.

A nota refere ainda que foram criados dois novos pontos de amostragem, a jusante do Açude de Abrantes e em Constância, para monitorizar a qualidade das águas (entre Perais e Belver) e que essa monitorização passará a ser diária.

Por fim, o Ministério do Ambiente indica que foi iniciado no sábado, em Vila Velha de Ródão, um levantamento topo-hidrográfico, tendo já sido realizados 2,5 quilómetros.

"Hoje os trabalhos estão a prosseguir, o que nos permitirá conhecer as zonas de deposição de sedimentos e realizar a limpeza do fundo do rio, de forma mais eficiente", concluem.

Entretanto, numa conferência de imprensa realizada esta manhã no Açude de Abrantes, o secretário de Estado do Ambiente afirmou que ainda são desconhecidos os responsáveis pelo surgimento do manto de espuma branca e que "todas as medidas tomadas são apenas de precaução".

Um manto de espuma branca com cerca de meio metro cobriu na quarta-feira o rio Tejo na zona de Abrantes, junto à queda de água do açude insuflável, num cenário descrito como "dantesco" pelo grupo ambientalista proTEJO e como "assustador" pelo município.

Na sexta-feira, o ministro do Ambiente anunciou um conjunto de medidas para fazer face a este foco de poluição, entre as quais a remoção da espuma que cobria o rio em Abrantes, a redução da atividade da empresa Celtejo e a retirada de sedimentos do fundo de albufeiras.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou no sábado que o Ministério Público instaurou um inquérito a empresas de Vila Velha de Rodão, na sequência de uma participação de crime de poluição do rio Tejo apresentada pelo Ministério do Ambiente.

Quando, também no sábado, seis camiões cisterna começaram a remover a espuma de poluição concentrada junto do açude em Abrantes, a associação ambientalista Quercus considerou que esta era uma "operação estética", lembrando que a poluição persiste.

Lusa

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