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Abrantes: Grupos de trabalho do DECIF apresentam ponto de situação

16/01/2018 às 00:00

Foi esta segunda-feira apresentada a campanha de informação e sensibilização para a defesa da floresta 2018 e a organização do Serviço Municipal de Proteção Civil em Abrantes.

Na iniciativa, foi também feito um ponto de situação relativo ao trabalho dos grupos constituídos no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), formados após os grandes incêndios do verão de 2017. Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes, disse que, após os incêndios do último verão, o plano não ficou igual.

“Tendo por base aquilo que aconteceu no nosso território, o incêndio de Pedrógão a meio de junho e depois, mais recentemente, o grande incêndio de meados de outubro, deixar-vos-ia sem a informação toda se dissesse que o nosso plano ficou igual. Não ficou. Tentámos ainda ir mais longe em relação aos objetivos a que nos tínhamos proposto.

Relativamente às competências do Serviço Municipal de Proteção Civil, a autarca enumerou as áreas de atuação. (ver documento anexo)

Maria Inês Mariano, coordenadora Municipal de Proteção Civil, deu conta da Campanha de Sensibilização para a defesa da floresta que o Município vai levar a efeito nos meses de fevereiro e março. A informação estará presente no Passos do Concelho, em outdoors, mupis, flyers, cartazes, publicidade nos órgãos de comunicação social, publicidade nas viaturas municipais, na fatura da água bem como na rede Multibanco. Esta campanha alerta para a necessidade e obrigatoriedade da limpeza dos terrenos por parte dos proprietários até dia 15 de março. A campanha terá como lema “A sua vida não é um brinquedo, previna-se agora!” e Maria Inês Mariano recordou que “de acordo com a Lei do Orçamento de Estado, é da responsabilidade dos proprietários a limpeza de uma faixa, não inferior a 50m de largura, em redor das habitações, estaleiros, armazéns e outras edificações inseridas em espaços rurais”.

“É importante que as pessoas percebam que a floresta não pode estar em cima nem das estradas nem das aldeias e povoações”, referiu. As ações de sensibilização irão passar pelas juntas de freguesia do Concelho e também junto dos mais pequenos, nas escolas, onde já se marca presença com a “Rota pela floresta”.

Face à obrigatoriedade da limpeza dos terrenos por parte dos Municípios, se os proprietários não cumprirem, Luís Damas, presidente da direção da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, afirmou que “não há capacidade técnica”.

“O país não está preparado para fazer o que está a ser pedido”, explica. “Pode haver o dinheiro todo do mundo mas não há pessoas para fazer isto. Não há. Quem anda nisto, sabe”.

Hélder Silvano que, segundo o próprio, não é um perito mas sim meteorologista amador, é administrador do site MeteoAbrantes e um dos parceiros do Serviço Municipal de Proteção Civil de Abrantes. Falou de alterações climáticas e começou por dizer que “o que tenho hoje para mostrar é algo pouco agradável”.

Explicou que “em relação à meteorologia, vivemos perante uma dualidade que é um pouco difícil de conciliar. Por um lado, as sensações e, por outro lado, a realidade. Hoje em dia muita gente fala de alterações climáticas, há até quem diga que elas pura e simplesmente não existem, mas a sensação que percorre o mundo inteiro é a de que há mais coisas a acontecer. Há mais situações como a da Costa Leste dos Estados Unidos ou das tempestades na Europa”.

“E a sensação que se tem é que os fenómenos são cada vez mais extremos e mais frequentes”, adiantou.

Para mostrar as conclusões, Hélder Silvano baseou-se em dados meteorológicos “desde o dia 1 de janeiro de 2000 (…) até ao dia 31 de dezembro de 2017. Temos um conjunto de 18 anos de dados completos já verificados e os resultados reais do que, efetivamente, se está a passar”. No final, a assistência pôde confirmar que, em 18 anos, a temperatura subiu 1.25 graus centígrados.

Já António Manuel Jesus, comandante dos Bombeiros Voluntários de Abrantes, falou do combate e dos objetivos do Grupo de Trabalho que passam por melhorar a 1ª intervenção, baixando os atuais 10 minutos, diminuir o tempo inicial, melhorar a utilização de Máquinas de Rasto, melhorar o sistema de abastecimento de água, adquirir uma viatura de grande capacidade, elaboração de Cadernos Estratégicos para um conhecimento real das dificuldades existentes, aproveitamento das novas tecnologias, dotando todos os veículos do Corpo de bombeiros com sistema de georreferenciação, aquisição de uma viatura para Posto de Comando Municipal e a aposta na formação profissional.

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