A Câmara Municipal de Abrantes emitiu ontem, ao início da noite, um comunicado onde manifestou “o seu veemente desagrado com as informações que apontam uma fonte poluidora do rio Tejo na zona de Abrantes estando na origem do manto de espuma no rio, ocorrido nos dias de ontem e de hoje (na quarta e na quinta-feira). Os episódios de poluição no rio Tejo são sistémicos e não pontuais, pelo que refutamos qualquer insinuação nesse domínio”.
No mesmo comunicado o Município refere que “não há descargas de lamas que provoquem o cenário dantesco verificado ontem e hoje, porque, se assim fosse, os episódios de poluição no Tejo eram circunscritos à área do concelho de Abrantes. Ora, o que assistimos ontem, hoje e com frequência, reporta-se a focos de poluição a montante do Tejo que chegam a Abrantes identificados com os parâmetros já sobejamente conhecidos: cor acastanhada e espuma espessa”.
Segundo se pode ler, “a Câmara de Abrantes reitera a informação do comunicado anterior: no âmbito das ações de inspeção que foram realizadas em vários concelhos da linha do Tejo - a operadores públicos e privados - hoje, dia 25 de janeiro, por técnicos da IGAMAOT, foram realizadas inspeções às ETAR’s do Pego e da Fonte Quente. Os inspetores informaram as entidades presentes e a comunicação social que os resultados das inspeções seriam conhecidos dentro de 10 dias”.
Desde quarta-feira que um manto de espuma branca com cerca de meio metro cobre o rio Tejo na zona de Abrantes, junto à queda de água do açude insuflável, num cenário descrito como “dantesco” pelo grupo ambientalista proTEJO e como “assustador” pelo município.
A TSF noticiou no seu site que “apurou esta quinta-feira que a origem do problema estará relacionada com um incidente registado na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Abrantes”.
“Segundo apurou a TSF, terá ocorrido uma descarga inadvertida de lamas da ETAR de Abrantes diretamente para as águas do rio Tejo”, pode ler-se.
Em reação a esta notícia, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, disse à Antena Livre “não ter informação técnica e operacional por parte da Abrantaqua sobre esse assunto. Não temos dados analíticos que nos comprovem,” a situação, aludiu.
“Se assim fosse, e a ser verdade, o fenómeno era só circunscrito ao concelho de Abrantes, o que não acontece. A montante, nomeadamente na Barragem de Belver, já se verificam as formações de espuma e a coloração castanha. Aliás, os vídeos que foram ontem publicados pelo Movimento proTejo mostram que a montante de Vila Velha de Ródão a água é clara e transparente. E depois de Vila Velha de Ródão a água assume uma coloração castanha”, explicou à Antena Livre a autarca abrantina.