O cineteatro de são Pedro recebe este sábado, dia 3 de junho, a peça de teatro “A Vergonha”. Os atores Marta Rodrigues, Rita Nazaré e José Luz Moreira convidam a entrar na sala às 21h30, a peça terá a duração de uma hora.
Este ano, o Rotary Club de Abrantes e a Casa da Amizade decidiram, através do teatro, sensibilizar a comunidade para a violência. André Grácio, em declarações à Antena livre, explicou-nos em que vai consistir esta peça e a importância de se falar e denunciar a violência.
“Estamos atentos e achamos que seria a altura para fazer algo que sensibilizasse a população. Quisemos fazer algo mais virado para a comunidade, mais virado para as vítimas e entendemos que seria uma boa ideia fazê-lo através de uma peça de teatro”, aluiu.
André Grácio, advogado de profissão, confessou que viu no teatro “uma arte de palco que trouxesse dentro da ficção um pouco da realidade. Foi feita a recolha de casos verídicos, adaptando e ficcionando de forma a proteger identidades”.
A peça de teatro, através da encenadora Rita Nazaré, foi dividida em 4 atos que retratam 4 realidades de violência doméstica, nas suas várias formas.
“Vai retratar a verdade nua e crua. Vamos ter a linguagem e o formato real, daí a peça ser para maiores de 16 anos”, alertou André Grácio, referindo que a peça é de caracter “completamente solidário, sensibilizador e gratuito. Trocamos uma manifestação de rua, um congresso, por uma peça de teatro para todos os abrantinos”.
“Esta questão da violência doméstica, para mim, traduz uma especial atenção. Como sou advogado, tenho visto uma evolução e um conjunto de senhores e senhoras. Existe cada vez mais gente a denunciar e a acreditar nas associações e nos tribunais”, esclareceu.
Sendo a violência doméstica uma das principais problemáticas do país, é “importante as pessoas perderem a cultura do silêncio. Está na altura de denunciar. As mulheres não são as únicas vítimas, só que o facto de serem mais frágeis faz com que estejam sujeitas a mais episódios de violência. Os idosos, a violência no namoro…, existe um conjunto de circunstâncias em que realmente há esta violência e as pessoas fazem uma vida inteira em silêncio”, alertou.
“Esta peça não é mais do que o que acontece. Isto são situações dos abrantinos e Abrantes tem soluções. Cheguem-se à frente, denunciem, compareçam à peça de teatro”, finaliza, convidando todos a participarem.
Fátima Saraiva_Estagiária ESTA