João Silva Tavares, 94 anos, é farmacêutico e ainda está no ativo. O Rotary Club de Abrantes homenageou a vida e o homem mas faltou uma presença nessa homenagem.
Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, visitou na terça-feira, 18 de abril, a Farmácia Silva Tavares, em Alferrarede. A razão? Fazer a visita que faltava e homenagear João Silva Tavares, um conversador nato e que afirmou “não sei bem” quando questionado acerca desta visita, mas lá foi adiantando “que isto tem sido um encadeado de situações seguidas”, referindo-se a uma série de homenagens e distinções de quem tem sido alvo nos últimos tempos.
São “as chamadas dores de velhote” que o fazem levantar todos os dias para ir trabalhar. “Às vezes estou na cama mas estou a pensar no que se passa no laboratório”, reconhece.
Uma vida cheia, que conta com uma memória invejável. Foi estudar para Lisboa, “fui Menino da Mocidade” e ingressou na Marinha, onde esteve “5 anos, 4 meses, 23 dias, 17 horas e 30 minutos”. “Depois de sair [da Marinha] já gostava do facto de ter visto e ter passado por aquilo que passei”, reconhece. Conta que “fui ao Brasil, Cabo Verde, Açores… isto em 1940/41/42, anos de guerra”.
Depois da Marinha, “arranjei lugar no Depósito de Materiais de Guerra do Exército, ali ao pé de Santa Apolónia. Era escriturário e servente e ia estudar à noite”.
Após algumas peripécias, “fiz os três anos de faculdade como empregado do Depósito de Material Sanitário”, recorda João Silva Tavares.
Não esquece e reconhece o trabalho e a saudade que tem da sua falecida mulher, Maria Salomé Falcão, analista, de quem fala frequentemente.
A bastonária Ana Paula Martins justificou a visita pelo trabalho de João Silva Tavares em prol da sua terra e que, dessa forma, projetou a formação farmacêutica.
“Esta visita era já uma imposição há muito tempo” pois, “para nós, é uma referência”. A bastonária destaca ainda o facto de “não é todos os dias que um farmacêutico é homenageado pelos Rotários e nós sabemos o que é que isso quer dizer. Significa reconhecimento, proximidade, humanização e todas essas dimensões na vida deste farmacêutico que é uma referência para os mais jovens”, acrescentou Ana Paula Martins.