Luís Filipe Vieira esteve este sábado em Abrantes para inaugurar as novas instalações da Casa do Benfica, a nº 38 das 299 existentes. Ainda a cumprir castigo, após decisão do Tribunal Arbitral do Desporto, Luís Filipe Vieira não falou aos benfiquistas presentes nem prestou declarações à Comunicação Social.
O presidente encarnado foi recebido na Câmara Municipal de Abrantes pela presidente do Executivo, Maria do Céu Albuquerque, que deu as boas-vindas a Luís Filipe Vieira e deixou algumas lembranças do Concelho. “É de facto um privilégio para nós podermos receber uma alta individualidade de um Clube que representa milhões de adeptos, não só residentes em Portugal mas um pouco por todo o mundo”, afirmou a presidente do Município.
Depois de inauguradas as novas instalações, na Urbanização Quinta dos Telheiros, seguiu-se o almoço de confraternização que encheu a sala do Restaurante Jardim da Cascata, com cerca de 400 pessoas presentes.
Carlos “Baineta” Martins, presidente da Casa do Benfica de Abrantes, lembrou que “a Casa do Benfica de Abrantes completa 23 anos de existência e que já teve cerca de 1000 sócios. Hoje, são 500. (...) Uma Casa que já ocupou vários espaços em Abrantes, desde a sua fundação, em 1994”.
O presidente da Casa do Benfica em Abrantes realçou o facto de terem conseguido atingir os objetivos “a que nos propusemos” e que passam agora “pela manutenção das atividades e seu alargamento e pela inclusão do projeto Geração Benfica já na próxima época”.
“Foi uma aventura arrojada e um avultado investimento financeiro”, disse Carlos Martins, referindo-se às novas instalações da Casa do Benfica. Um orçamento na ordem dos 300 mil euros “do qual apenas resta um compromisso residual de cerca de 15%”.
Jorge Jacinto, presidente das Casas do Benfica, aproveitou a oportunidade para apresentar o vídeo promocional das Casas do Benfica pelo mundo e que também integra imagens gravadas em Abrantes. “Esta Casa que hoje inauguramos em Abrantes é a referência mundial para todas as Casas do Benfica”, afirmou o responsável.
António Veloso, antigo jogador do Glorioso também marcou presença e destacou o “prazer enorme de estar com Família benfiquista” e lembrou que “a grande força do Benfica é a união. E vocês representam essa união”.
Maria do Céu Albuquerque também falou aos convidados e fez questão de “deixar uma mensagem muito clara em relação ao Benfica e ao trabalho notável que tem vindo a fazer na prática. Não só no futebol mas em todas as outras modalidades... não só na vertente da competição, e que, felizmente, tem levado o nome de Portugal e dos portugueses lá fora”. A autarca frisou ainda o trabalho que tem vindo a ser feito na Formação, "não só de atletas mas, essencialmente, na formação de pessoas”.
Benfica pondera pedir intervenção do Governo
No discurso mais direcionado para fora da cerimónia, Domingos Almeida Lima, vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica, falou ao universo benfiquista e criticou a “dualidade de critérios” na justiça desportiva, afirmando que a justiça é “célere e penalizadora para com o Benfica e lenta e complacente” com todos os outros.
“Emitimos um comunicado a chamar a atenção para que a justiça seja igual, mas só vemos uma justiça célere e penalizadora para com o Benfica. Com todos os outros. é lenta e complacente, numa espécie de apagão”, disse Domingos Almeida Lima, em Abrantes.
Domingos Almeida Lima disse que o Benfica já pediu reuniões aos presidentes da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, e da Liga de clubes (LPFP), Pedro Proença, para expor as "fortes preocupações" do clube sobre a atual situação do futebol português, tendo feito notar que, se a justiça desportiva não for salvaguardada, o Benfica não deixará de "apelar à intervenção do Governo".
O vice-presidente dos encarnados realçou ainda que, "para os outros, a justiça é muito mais lenta", tendo referido que, esta semana, o Benfica assistiu a “vários episódios sobre os quais não é possível esconder a indignação".
O dirigente lembrou, também, que diversos casos ligados ao futebol “ainda não foram resolvidos pela justiça”, como "invasão de um centro de treinos dos árbitros, insultos, coação, ameaças", face aos quais, vincou, "nada acontece".
"É como que uma espécie de apagão em relação aos demais. Não se conhece uma única decisão, com exceção às que dizem respeito ao Benfica”, disse ainda Domingos Almeida Lima, criticando a diferente celeridade na resolução dos processos entre os três ‘grandes’, fazendo a alusão a processos movidos a gasóleo, para os seus rivais, e outros movidos a gasolina de última geração, para o Benfica.
Com Lusa