Tiago Lopes, Coronel de Engenharia e desde 2018 comandante do Regimento de Sapadores tomou posse esta quarta-feira, 27 de dezembro, como comandante do Regimento de Apoio Militar de Emergência de Abrantes (RAME).
Tiago Lopes substitui o Coronel Estevão da Silva por despacho do Chefe de Estado Maior do Exército de 21 de dezembro.
O Coronel de Engenharia, é mestre em Engenharia pela Academia do Exército e está inscrito na ordem dos engenheiros. Tem 50 anos, é natural de Tomar, casado e com uma filha. Tem uma carreira militar de 22 anos onde se destacam os inúmeros cargos de chefia e comando que desempenhou incluindo missões na Bósnia-Herzegovina e no Líbano.
Desde 2018 era o comandante do Regimento de Sapadores de Lisboa e gestor do sistema de defesa NBQR (Nuclear, Biológica, Química e Radiológica) do Exército.
A cerimónia militar contou com presença do atual comandante das Forças Terrestres, Tenente-General Paulo Pereira e teve os efetivos do RAME, militares e civis, a assistir assim como os presidentes da Câmara e Assembleia Municipal de Abrantes e o presidente da União das Freguesias de Abrantes e Alferrarede. Junto aos comandantes, cessante e o novo, estiveram as esposas.
A Cerimónia Militar de posse do cargo teve três tempos, leitura do compromisso e assinatura do termo de posse, a receção do Estandarte Nacional do RAME e quase no final a entrega da carta de posse do cargo com a respetiva missão.
O único discurso foi do comandante das Forças Terrestres que deixou algumas notas, a primeira de balanço e agradecimento do trabalho do Coronel Estevão da Silva, no momento de saída da sua comissão de serviço como comandante do Regimento.
Paulo Pereira referiu o ato solene desta troca de comando.
Dirigindo-se ao comandante cessante, disse que lhe é devida uma homenagem pelo trabalho desenvolvido nos últimos dois anos. A “elevada craveira humana e intelectual (…) fora característica do seu comando que permitiram alcançar os objetivos do regimento”, vincou tendo destacado o trabalho distintivo do exército nas missões civis, nomeadamente nos aluviões de dezembro, nas campanhas dos incêndios rurais de 2022 e 2023 e, mais recentemente, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude. Deixou ainda uma mensagem pelo trabalho apresentado assim como à permanente entrega de propostas “bem elaboradas e apresentadas no tempo certo” no âmbito das competências do RAME.
O Tenente-General Paulo Pereira dirigiu-se de seguida ao Coronel Tiago Lopes destacando as qualidades pessoais e profissionais conferiram ao comando do exército as garantias de confiança para este cargo, mas “também lhe atribuirão os recursos necessários para a missão”.
É uma confiança que deve existir em relação à cadeia de comando, indicou o comandante das Forças Terrestres, tendo acrescentado que confia plenamente na continuidade do trabalho de excelência desenvolvido em Abrantes. E depois deixou a nota que existirá continuidade, mas com impulso de novas ideias, iniciativas, novas energias e para esta unidade continuar a adaptação aos novos desafios dos tempos atuais.
O comando do Exército e das Forças Terrestres apontam a esta unidade missões importantes e com desafios e prioridades. Continuar o esforço de captação, formação e retenção de recursos humanos é uma das prioridades para o RAME, porque os homens e mulheres “são sempre o nosso maior ativo”. Consolidar, como regimento de formação de praças, o modelo de formação e maximizar o treino dos módulos do apoio militar de emergência.
Paulo Pereira indicou ainda como desafio a atualização doutrinária e aprofundar ainda mais as capacidades distintivas desta unidade do Exército, assim como a adaptação de infraestruturas com aposta nas novas tecnologias. Por outro lado, há que proteger o património e a sua história não esquecendo a promoção e reforço das relações de cooperação local, contribuindo para o apoio e desenvolvimento do bem-estar.
Discurso Comandante das Forças Terrestres, Tenente General Paulo Pereira
De notar que o Coronel Estevão da Silva assumiu o comando do RAME, substituindo o Coronel Machado Barroso, a 28 de dezembro de 2021. A cerimónia militar, ainda em tempo de pandemia, foi na altura presidida pelo então comandante das Forças Terrestres, Tenente-General António Martins Pereira.
Já depois da cerimónia militar o novo comandante do RAME, o Coronel Tiago Lopes, frisou à Antena Livre que este novo desafio é um “misto de continuidade e de novidade. É uma área que prezo muito que é a emergência.” O comandante indicou que os últimos dez anos, como segundo comandante e depois comandante do Regimento de Sapadores de Lisboa, deram uma experiência muito grande que “descer quero implementar e motivar novas valências e novas formas de pensar. Ou seja, continuar o excelente trabalho que aqui foi feito, mas acrescentar um cunho própria com a experiência que trago dos Sapadores de Lisboa.”
Este é um novo desafio do exército, no apoio que é dado à Proteção Civil face aos novos desafios que as alterações climáticas têm colocado na ordem do dia. Há um foco muito grande nos fenómenos de catástrofes que mais temos em Portugal, cheias oi inundações e incêndios, mas a capacidade desta unidade militar permite acrescentar apoios noutras áreas muito mais complexas.
Não é, por isso, de estranhar que, cada vez mais, o exército na área a emergência militar aponte os seus exercícios anuais à resposta a ocorrência de sismos de grande intensidade, onde uma resposta imediata e eficaz faz a diferença para as populações.
O Coronel Tiago Lopes vincou que vai ter os primeiros tempos para aprofundar o conhecimento sobre a unidade que vai comandar, ao mesmo tempo que esta missão lhe traz outras coisas boas, como regressar para perto das suas raízes, já que é natural de Tomar.
Comandante RAME, Coronel Tiago Lopes
Criado em novembro de 2016, com o início da atividade operacional no Quartel de São Lourenço, um espaço de 37 hectares situado em Abrantes, no Centro do país, o RAME prepara e coordena o apoio em situações de emergência que envolvam um número elevado de desalojados, riscos tecnológicos, atos terroristas, contaminação do meio ambiente, incêndios florestais, cheias e inundações, sismos e erupções vulcânicas.
Mas na emergência, apesar de toda a rapidez que existe, a UAME só entra em ação após existir um pedido da ANEPC, entidade que tem a gestão destes teatros de operações.
As nove valências de Apoio Militar de Emergência são compostas pela Defesa NBQR, Apoio Sanitário, Segurança e Vigilância, Engenharia Militar, Comando, Controlo e Comunicações, Manutenção e Transportes, Reabastecimento e Serviços, e Busca e Salvamento Terrestre, integrando um total de 37 módulos, que estiveram hoje todos em Abrantes.
Sequência de imagens em que o Comandante cessante, Coronel Estevão da Silva entrega o Estandarte Nacional do RAME ao Tenente General Paulo Pereira, Comandante das Forças Terrestres. No ato subsequente o Tenente general entrega o Estandarte Nacional ao novo comandante do Regimento, Coronel Tiago Lopes, que o recebe e devolve ao Regimento de Apoio Militar de Emergência.
Após a Cerimónia oficial de Tomada de Posse do novo comandante realizou-se um convívio com a presença dos militares e civis que fazem parte do Regimento de Apoio Militar de Emergência de Abrantes, agora já sob o comando do Coronel de Engenharia Tiago Lopes.
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