A conclusão da piscina de Envendos volta a estar na ordem do dia no concelho de Mação. João Luís Pereira, presidente da Junta de Freguesia de Envendos, afirmou que a saúde financeira da Junta “é débil” e que “não tem capacidade técnica, nem logística, nem financeira, para tomar conta de um equipamento daqueles com aquela dimensão”.
Em declarações à Antena Livre, o autarca de Envendos disse não ter “conhecimento do que falta especificamente para a conclusão [da piscina]”. Mas, alega que “falta a zona de lazer, os balneários não têm eletricidade e quem for visitar o local percebe facilmente que falta muita coisa para que o equipamento esteja em condições de ser utlizado”.
João Luís Pereira avançou que “a Junta de Freguesia de Envendos tem uma herança bastante pesada, com montes de situações para resolver, montes de equipamentos avariados, com um saldo financeiro muito débil”, mas de qualquer modo “está disponível para concluir a obra em conjunto com a Câmara Municipal”.
“Entendemos que é um equipamento extraordinário para a população, mas que não se encontra disponível à utilização, nem pensar”, vincou.
Representando um investimento de 130 mil euros, a piscina foi inaugurada no dia 20 de outubro. Na altura, para a concretização dos trabalhos foi celebrado um protocolo entre a Câmara e a Junta de Freguesia. Atualmente, estima o Município que está em falta um investimento de cerca de 40 mil euros.
“Houve aqui uma situação que não foi correta: o equipamento foi inaugurado e na minha ótica está bastante longe de estar concluído e julgo que não é justo a Câmara estar a querer imputar algumas responsabilidades em relação ao protocolo existente para a conclusão do respetivo equipamento”, aludiu.
João Luís Pereira
João Luís Pereira disse estar disponível para “reunir, sentar e discutir seriamente o assunto” para que “todos possam sair bem deste problema”. E acrescentou que “a Junta está disposta a contribuir com algum esforço financeiro, mas dentro das suas limitações”.
Contactado pela Antena Livre, Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal, disse manter a posição e declarações prestadas na sessão da Assembleia Municipal, no dia 8 de fevereiro.
Vasco Estrela recordou que a proprietária da obra é a Junta de Freguesia e “que por um princípio de justiça”, deverá ser a Junta a assumir as restantes intervenções, contando com o apoio do Município.
“Desde a primeira hora que esta obra é da responsabilidade da Junta de Freguesia de Envendos, que é a dona da obra e que celebrou um protocolo com o Centro Social que é o proprietário do espaço”, começou por explicar à Antena Livre Vasco Estrela, tendo referido que “a obra custava 130 mil euros e que a Câmara apoiou com 90 mil e a Junta com 40 mil”.
“Afirma agora o senhor presidente [da Junta de Freguesia] que o dinheiro não chega e que é preciso fazer mais. E o senhor presidente da Junta de Freguesia quer que a Câmara assuma tudo o que falta fazer e eu já lhe disse que não, que a Câmara não vai assumir o que falta fazer. A Câmara vai assumir na mesma proporção que assumiu anteriormente. Se falta imaginemos 25 mil euros, a Câmara poderá apoiar com 18/19 mil e a Junta assumirá o restante valor. É preciso dividir esforços”, vincou o autarca.
O presidente lembrou ainda que “a piscina está concluída, aliás foi inaugurada [no passado mês de outubro]. Os balneários e todas as infraestruturas de apoio estão concluídas. Contudo, há uma parte de arranjos exteriores que é importante terminar para que o equipamento fique com melhores condições. E não quer dizer que a piscina não possa abrir como está, obviamente que pode, mas com um aspeto que não é o ideal”.
Na sessão da Assembleia Municipal, Vasco Estrela considerou ainda que “o senhor presidente da Junta tem tido opções políticas legítimas de direcionar o orçamento [da Junta] para outros locais. Provavelmente, se não tivesse direcionado, já teria algum dinheiro para fazer face a esta obra”.
“Não é justo que a Câmara vá fazer o que falta fazer, quando não o fez no passado. Se não, o presidente de Junta de Freguesia anterior tinha legitimidade para questionar a nossa ação. A questão é simples: há um protocolo e nós cumprimos a nossa parte”, finalizou.