A reunião do Executivo da Câmara de Abrantes reuniu no passado dia 4 de março, uma reunião antecipada devido à necessidade de aprovar a requalificação da Escola EB1 N.º 2 para instalação de uma Creche em Abrantes para que se pudesse avançar com a candidatura ao PRR - Plano de Recuperação e Resiliência “e aproveitar este momento para fazer a transformação daquela escola num espaço de que o Município é carente”.
Antes da reunião de Câmara ter início, o vice-presidente João Gomes mostrou e explicou o projeto de requalificação da Escola EB1 N.º 2, situada no Alto de Santo António, para a instalação da Creche em Abrantes. O presidente Manuel Jorge Valamatos afirmou que o Executivo “está disponível para mostrar o projeto a qualquer cidadão” que o queira consultar.
Já durante a apresentação do ponto em reunião, João Gomes explicou que, “para além da intervenção no edificado, para criar as condições que são necessárias para uma creche, vamos ter uma intervenção mais abrangente em todo o espaço envolvente. Criar, sobretudo, acessibilidades e mobilidade em todas as zonas da escola através da colocação de rampas. A zona de recreio vai ter três parques infantis dentro do perímetro da escola e, tendo em conta a questão pedagógica, vamos manter uma horta. Vai haver ainda um espaço coberto para permitir atividades no exterior, mesmo que as condições climáticas não o permitam”.
A drenagem e a consolidação de muros para a Rua de Angola são outras das obras previstas.
Relativamente à intervenção no edifício e o que vai ser criado, João Gomes avançou que a Creche irá ter “oito salas de berço e quatro salas de parque” o que vai permitir, segundo o vereador, acolher 58 crianças para a zona de berçário. Haverá duas salas de atividades para crianças até aos 24 meses, que poderá acolher até 23 crianças e mais três salas de atividades para crianças dos 24 aos 36 meses.
“Na sua totalidade, esta Creche vai ficar preparada para poder dar resposta até 135 crianças”, anunciou João Gomes que disse ainda que o edifício vai ser eficiente em termos energéticos, uma exigência da candidatura. A cobertura terá painéis fotovoltaicos que “permitirá o auto-consumo e abastecer a própria escola”.
O investimento será de 1 milhão e 577 mil euros e o prazo da obra é de 450 dias.
A nova Creche vai acolher crianças dos quatro meses até aos três anos e o Executivo espera que a candidatura aos fundos comunitários seja aprovada para se poder avançar com a execução da obra.
Vasco Damas, vereador eleito pelo ALTERNATIVAcom, considerou que o projeto, “em projeto, é fantástico” e que “o Município está de parabéns” pois, como disse, “estamos no presente a olhar para o futuro (...) e a trabalhar para construir o desenvolvimento”.
Já Vítor Moura, vereador eleito pelo PSD, lembrou a proposta que tinha apresentado neste sentido, “foi aprovada e hoje está aqui a intenção objetiva para a executar. Não há, portanto, mais nada a acrescentar”.
Contudo, lá proferiu o desejo de que a Creche “se revele pequena daqui a poucos anos”.
Na sua capacidade máxima, a Creche criará 30 postos de trabalho.
À margem da reunião de Câmara, em declarações aos jornalistas, Manuel Jorge Valamatos explicou que a Creche vai ficar situada no centro da cidade, numa escola que vai ficar desativada em breve “pelo surgir do novo Centro Escolar no antigo Colégio de Fátima”. Representa “um grande investimento, de mais de um milhão e meio de euros” e cuja candidatura ao PRR “vai ser submetida de imediato”, desejando que a candidatura “possa ser bem sucedida” para que “a obra seja lançada o mais rapidamente possível”.
O objetivo é “ter uma resposta maior numa área em que o concelho manifesta algumas fragilidades”.
A preocupação de ficar com um edifício devoluto, pela abertura do Centro Escolar - que o autarca espera ver a funcionar já no início do próximo ano letivo -, bem como a Escola dos Quinchosos, levou o autarca a considerar que “importa recuperá-los e revitalizá-los”.
Falando dos postos de trabalho que poderão vir a ser criados com a nova Creche, o número avançado foi de 30 em plena atividade, Manuel Jorge Valamatos lembrou que “a construção de uma Creche pressupõe um conjunto de regras e normas e, para 135 crianças, prevemos a criação de 30 postos de trabalho nesta área, entre educadores, técnicos e auxiliares”. Disse ainda haver “uma mistura de vários interesses. Para além da resposta às crianças e às famílias, há a visão de empreendedorismo com a criação de novos postos de trabalho”.
O facto do edifício ter que ser autossuficiente em termos energéticos “é uma das condições da candidatura (...) o que é uma mais-valia na composição desta reformulação deste edifício”.
Do ponto de vista da sua gestão e funcionalidade, “temos muito trabalho pela frente”, revelou Manuel Jorge Valamatos que assumiu ter “algumas ideias” para o modelo.
“Logo à nascença, não entendemos que esta estrutura seja gerida diretamente pelo Município. Iremos procurar uma estratégia de gestão, competente, capaz, que em princípio será externa e abriremos concurso para o efeito”, informou o presidente da Câmara de Abrantes.