A presidente da Câmara Municipal de Abrantes disse hoje que tudo indica que os incêndios no concelho, em fase de resolução desde a manhã de hoje, tenham origem criminosa e aguarda agora os resultados das investigações em curso.
“Temos a clara noção de que há aqui uma clara tentativa de provocar mais danos. O que aconteceu ontem [sexta-feira] às portas da cidade, claramente não foi um reacendimento ou uma projeção, foi um novo incêndio e temos receio de que outras situações possam acontecer e comprometer o trabalho que foi feito durante estes dois dias e meio aqui no concelho de Abrantes”, disse à Lusa Maria do Céu Albuquerque.
A autarca afirma que as suspeitas não se circunscrevem apenas ao incêndio que começou junto aos limites da cidade, mas também “ao grande incêndio”, que consumiu uma vasta área de floresta e colocou aldeias e pessoas em perigo.
“Neste momento estão no terreno as entidades competentes para fazer essa avaliação e esperamos que seja conclusiva e que em breve possamos encontrar os responsáveis por esta calamidade que assolou o meu concelho”, acrescentou a presidente da câmara de Abrantes, adiantando também que será feito um patrulhamento no concelho durante os próximos dias.
O fogo entrou esta manhã em fase de resolução, mas todo o dispositivo permanece no terreno, em trabalho de consolidação e rescaldo, sobretudo “nos pontos quentes que ainda se fazem sentir e que são determinantes para consolidar este incêndio e evitar reacendimentos ou novos focos de incêndio”, como explicou a autarca.
As previsões meteorológicas não preveem vento para o dia de hoje, que tem sido um dos grandes obstáculos ao combate ao fogo na região pelos bombeiros, nem temperaturas “excessivamente altas”, acrescentou.
A meio da manhã, o comandante dos bombeiros voluntários de Abrantes tinha adiantado à Lusa que o incêndio que lavra no concelho desde quarta-feira estava "sem frentes ativas", apesar de alguns reacendimentos noturnos.
O incêndio, que deflagrou às 18:14 de quarta-feira em Aldeia do Mato, União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, no concelho de Abrantes, mobilizava, por volta das 10:30, um total de 544 operacionais, apoiados por 187 viaturas e um meio aéreo.
A autoestrada 23 (A23), que esteve cortada nos acessos a Rio Moinhos, na zona de Abrantes, foi reaberta às 00:43, segundo fonte da Proteção Civil nacional.
Lusa