O Museu de Arte Pré-histórica e do Sagrado no Vale do Tejo, de Mação, reabriu as portas esta terça-feira, dia 6 de abril 2021, mas Mação não se limitou a reabrir o Museu.
Foi apresentado esta terça-feira um novo e muito amplo programa, novos recursos e experiências, e a capacidade de acolher com segurança todos os que o visitarem oferecendo, além das exposições e oficinas tradicionais, uma experiência total VERT (Visitar – Experimentar – Reproduzir – Transformar), integrada no programa de Mação – vila UNESCO da Aprendizagem.
A reabertura, no âmbito desta segunda fase de desconfinamento, foi assinalada pelo presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela e pelo diretor científico do Museu, Luiz Oosterbeek tendo sido apresentadas as novidades que o Museu de Mação agora oferece.
Na abertura, o presidente da Câmara de Mação lembrou a coordenação de Luis Oosterbeek à frente do Museu “há cerca de 20 anos e que tem tido várias dinâmicas que têm tornado o Museu cada vez mais conhecido em Portugal, na Europa e no mundo”.
Vasco Estrela falou dos três projetos em curso no Museu de Mação e que passam por realidade virtual, realidade aumentada e também pelo Arqueoparque no Parque do Calvário.
O diretor científico do Museu de Arte Pré-Histórica de Mação, Luis Oosterbeek, falou da reabertura “ainda num contexto de muitos receios que existem no país mas com uma vontade muito forte de relançar as atividades – que nunca chegaram a estar completamente paradas – e com novos recursos”.
Apresentou depois os três projetos que têm como objetivo “juntar dois mundos que cada vez estão mais divididos na nossa sociedade”.
A equipa do Museu fez uma explicação de uma inovadora aplicação para telemóvel do primeiro projeto de Ciências Participativas em Portugal. Esta app permite e convida à participação de toda a população na identificação e registo do património arqueológico, histórico e imaterial.
Esta aplicação procura promover um trabalho conjunto entre investigadores e cidadãos nos processos de recolha e processamento de informação científica. Assim, um cidadão voluntário com a app instalada, ao visitar determinado ponto de interesse pode adicioná-lo à informação constante da app seguindo um conjunto de opções, podendo adicionar fotografias. Esta recolha é feita com apoio de equipas especializadas. Falamos de património edificado, sítios arqueológicos e património imaterial. Esta aplicação acaba por ser uma forma nova e inovadora de fazer prospeção. A explicação foi dada por Sara Garcês, investigadora do Instituto Terra e Memória e coordenadora do Laboratório de Arte Rupestre do Museu de Arte Pré-Histórica.
Seguiu-se a experimentação, com óculos de realidade virtual, de um programa de visitas virtuais à arte rupestre submersa no rio Tejo, com uma tecnologia inovadora que permite aos visitantes ver, no seu contexto original, conjuntos importantes que foram estudados em colaboração com o ITM e o IPT. Encontra a aplicação em http://cienciasparticipativas.pt/.
Foi depois feita uma visita ao Parque Arqueosocial do Andakatu, ainda em desenvolvimento, que permite e vai proporcionar um conjunto de experiências práticas de aprendizagem das técnicas de gravura e pintura rupestre, bem como de outros tipos de objetos e construções. Permite porque tem tido e estão agendadas ações com crianças e com os alunos da Universidade Sénior e terá, de futuro, um conjunto de atividades programadas, ou por marcação, que permitirão ter experiências práticas. Foi o arqueólogo Pedro Cura que fez a apresentação do Parque Arqueosocial.
Foi ainda apresentada hoje uma app de acesso ao Património Arqueológico e Etnográfico do concelho, incluindo experiências de realidade aumentada na vila de Mação. Ao abrir a app do Museu de Mação pode, em determinados locais, visualizar o que foram, ou como eram. Na vila, inclui a Experiência do Coreto e da Praça Gago Coutinho. No vale do Ocreza, permite a visualização de uma reconstituição 3D da uma atividade de gravura na pedra e, e em Ortiga, proporciona as Experiências da Pesqueira do Rabo Longo e uma interessante Experiência na Anta da Foz do rio Frio, em que se visualiza no ecrã, com personagens “reais”, uma cerimónia fúnebre no enquadramento das ruínas da anta.
No final, Luiz Oosterbeek falou aos jornalistas sobre todas as novas atividades disponibilizadas pelo Museu de Mação.
O que está a nascer em Mação e os retornos que irá trazer para todo o concelho foi o tema da conversa que o presidente Vasco Estrela teve no final com a comunicação social.
Para visitar o Museu e usufruir das novas experiências deve contactar os serviços e efetuar a sua marcação para que tudo seja programado de acordo com as regras de segurança.