O foco de poluição que se verifica no rio Tejo desde quarta-feira, na zona de Abrantes, levou ontem à realização de ações de inspeção extraordinárias em Abrantes e Mação, estando ainda por identificar a origem do problema.
Em declarações à agência Lusa, fonte oficial do Ministério do Ambiente admitiu que “não está identificada a origem da poluição”.
A mesma fonte indicou que a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) realizou hoje “duas ações inspetivas extraordinárias em ETAR’s de Abrantes e Mação”, mas os resultados das análises “só serão conhecidos dentro de alguns dias”.
Segundo a fonte, “as inspeções constaram da colocação de um dispositivo para recolha contínua de amostras por um período de 24 horas, como determina a lei”, tendo acrescentado que “mais ações não programadas vão decorrer na região face ao fenómeno de poluição que se assiste no Tejo”.
A Câmara Municipal de Abrantes emitiu ontem ao inicio da noite outro comunicado onde manifestou “o seu veemente desagrado com as informações que apontam uma fonte poluidora do rio Tejo na zona de Abrantes estando na origem do manto de espuma no rio, ocorrido nos dias de ontem e de hoje (na quarta e na quinta-feira).
Os episódios de poluição no rio Tejo são sistémicos e não pontuais, pelo que refutamos qualquer insinuação nesse domínio”.
No mesmo comunicado o Município refere que “não há descargas de lamas que provoquem o cenário dantesco verificado ontem e hoje, porque, se assim fosse, os episódios de poluição no Tejo eram circunscritos à área do concelho de Abrantes. Ora, o que assistimos ontem, hoje e com frequência, reporta-se a focos de poluição a montante do Tejo que chegam a Abrantes identificados com os parâmetros já sobejamente conhecidos: cor acastanhada e espuma espessa”.
Segundo se pode ler, “a Câmara de Abrantes reitera a informação do comunicado anterior: no âmbito das ações de inspeção que foram realizadas em vários concelhos da linha do Tejo - a operadores públicos e privados - hoje, dia 25 de janeiro, por técnicos da IGAMAOT, foram realizadas inspeções às ETAR’s do Pego e da Fonte Quente. Os inspetores informaram as entidades presentes e a comunicação social que os resultados das inspeções seriam conhecidos dentro de 10 dias”.
Desde quarta-feira que um manto de espuma branca com cerca de meio metro cobre o rio Tejo na zona de Abrantes, junto à queda de água do açude insuflável, num cenário descrito como “dantesco” pelo grupo ambientalista proTEJO e como “assustador” pelo município.
c/Lusa