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A Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, inaugurou esta sexta-feira o novo edifício da Biblioteca Municipal de Sardoal.
“Consciente das deficiências estruturais e de conforto da antiga Biblioteca, e tendo a Cultura e a Educação como pilares fundamentais do desenvolvimento económico e social”, o Município de Sardoal encetou esforços para requalificar o edifício onde funcionou, durante muitos anos, o Externato Rainha Santa Isabel, importante polo de educação na história de Sardoal.
Após o descerramento da placa, a ministra Dalila Rodrigues disse ser “uma honra” inaugurar uma biblioteca pois “tem muito significado para mim”. Explicou depois que “é com muita alegria e com muita emoção que vou ter o meu nome gravado na vila de Sardoal porque, em 2000, fui destacada para a Biblioteca Municipal de Sardoal para dar um curso de História de Arte. Foi uma relação muito harmoniosa e eu adorei a vila de Sardoal e os meus alunos. A Biblioteca voltou depois a requisitar os meus serviços, ao serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian, e aqui regressei para dar outro curso. Como cada curso tinha a duração de uma semana, fui residente no Sardoal durante quinze dias”. Mas a relação de Dalila Rodrigues co o Sardoal não terminou aqui pois, como contou, “o senhor padre Francisco Valente, que é um historiador que eu muito aprecio e admiro, também me mobilizou para o estudo mais aprofundado dos Mestres de Sardoal. Também aqui vim com o meu orientador e com investigadores estrageiros, reconhecer os Mestres de Sardoal, estudar essas pinturas e trabalhá-las do ponto de vista da sua historiografia”.
“O bom filho à casa torna e eu também me sinto pertença desta comunidade”, assumiu a governante.
Falou depois da questão cultural, considerou Miguel Borges como “um presidente de Câmara excecional que faz toda a diferença” e considerou as bibliotecas municipais como “um dos nossos tesouros”. A ministra da Cultura disse pretender que as bibliotecas sejam “centros ativos da vida cultural das comunidades”.
Dalila Rodrigues anunciou também que “esta Biblioteca vai beneficiar já de seis medidas do Governo” e revelou que o Catálogo vai ser reforçado e atualizado, “com mais livros para ler”, que se vai manter o programa «Um escritor por mês na minha biblioteca», em sistema de rotatividade, e lembrou que Portugal está a comemorar os 500 anos do nascimento de Camões e que vai haver “um conjunto de atividades que, a pedido do Ministério da Cultura, terão lugar nas bibliotecas”. Estão ainda planeadas “residências artísticas de várias áreas”.
A governante falou ainda de “um programa que gostaria muito de vir a concretizar” e que se prende com os Estudos da Paisagem.
Um espaço “que pretende ser um polo cultural”
“Este é um dia muito, muito importante para a nossa comunidade”, começou por dizer Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal de Sardoal que lembrou que “hoje é o Dia Mundial da Poesia e ontem foi o Dia Mundial da Felicidade. Por isso, continuemos neste Dia da Poesia a gozar da Felicidade que dia de ontem transportou para hoje”. O autarca referiu-se à “devolução” do espaço à comunidade, “com uma história incrível” e que sempre foi “um polo cultural”. Tratou-se da recuperação “de um edifício histórico que diz muito a uma boa geração de sardoalenses” e, ao mesmo tempo, “dando um equipamento fundamental: uma biblioteca (…) com todas as condições que este edifício tem e que o anterior não tinha”.
Miguel Borges admitiu que este “não é apenas um espaço para o concelho”, mas um espaço “que pretende ter uma dinâmica regional, um polo cultural, a par de outros que temos na nossa região”, referindo a articulação que existe “entre as outras bibliotecas, a escola, a população…”
E a Biblioteca vai contar com o serviço “O livro vai a casa”, o que proporciona acesso àqueles que não se conseguem deslocar à Biblioteca, mas que podem pedir livros através de um telefonema ou pela internet.
Em Dia da Poesia, alunos do Clube de Teatro do Agrupamento de Escolas de Sardoal foram marcando a visita às instalações – conduzida pela bibliotecária Dulce Figueiredo - com apontamentos poéticos, para gáudio de todos os presentes.
A nova Biblioteca dispõe de sala infantil, de uma sala juvenil, uma de conhecimento e literatura e uma sala de reuniões. Com áreas amplas e bastante luz natural, estão ainda disponíveis no edifício diversos computadores com acesso à Internet para usufruto dos utilizadores.
A obra de requalificação orçou em 924.766,08 euros com uma taxa de cofinanciamento europeu de 100%. Os equipamentos tiveram um custo de cerca de 100 mil euros, suportados pelo Município.
Biblioteca aberta aos sábados
A nova Biblioteca Municipal de Sardoal vai ter um horário diferente do habitual a partir de hoje. Vai encerrar à segunda-feira mas, como explicou Miguel Borges, “não porque os nossos funcionários não vêm trabalhar mas porque é o dia virado para a comunidade”. Ou seja, “é o dia em que irão às escolas, às IPSS, levar livros a casa das pessoas. É o dia em que a Biblioteca sai deste espaço e vai para a rua, ao encontro dos leitores”.
Por outro lado, vai passar a estar aberta aos sábados, “possibilitando que outro tipo de público a possa frequentar, até mesmo para trabalhos ou para estudos”.
Assim sendo, a Biblioteca Municipal de Sardoal funcionará de terça-feira a sábado. À terça-feira das 11h às 13h e das 14h às 18h e nos restantes dias das 10h às 13h e das 14h às 18h.
Equipa da Biblioteca Municipal de Sardoal
Programação de março
Este sábado, dia 22 de março, pelas 15 horas, terá lugar uma sessão, para maiores de 3 anos, de Leituras Encenadas para a Infância sob o tema “E se, de repente, tudo fosse ao contrário”, apresentado pelo grupo Estórias com Asas e baseado na obra “Estranhões & Bizarrocos”, de José Eduardo Agualusa.
No domingo, 23, pelas 15 horas, a iniciativa “À Conversa Com…” junta Fenando Ribeiro (Moonspell) e José Luís Peixoto (escritor) num diálogo centrado no tema escrita.
No dia 29 de março, sábado, pelas 15 horas, terá lugar a Oficina “O Lado B* da Vida: pensar a Felicidade” pela Associação de Psicologia Positiva, Florescimento Humano e Societal.
“Ary, o poeta à solta” será a exposição que estará patente entre 21 de março e 17 de abril. Uma mostra produzida e cedida pela Biblioteca Municipal Ary dos Santos, de Loures.
Todas as iniciativas são de participação gratuita e decorrerão nas instalações da Biblioteca Municipal.
O edifício
Em 1997, o edifício foi sujeito a obras de recuperação e foi ocupado pela Biblioteca Fixa n.º 176 da Fundação Calouste Gulbenkian, serviço que aí funcionou até 2007, juntamente com Escola de Música da Filarmónica União Sardoalense, uma delegação do Instituto Português da Juventude, entre outros. Devido à degradação evidente do edifício, a Biblioteca funcionou, nos últimos anos, na Casa Grande (ou dos Almeidas), junto à Câmara Municipal.
As obras da atual Biblioteca iniciaram em 2022 e ficaram concluídas no final de 2024, tendo o restante tempo servido para equipar a infraestrutura.
Galeria de Imagens
