O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse hoje que o rio Tejo sofre de um “problema de saturação” e admitiu que eventuais descargas poluentes tenham agravado a situação.
“O problema do Tejo é um problema de saturação, mais evidente no final do ano hidrológico, em que choveu infelizmente muito pouco”, declarou João Pedro Matos Fernandes aos jornalistas, em Coimbra.
No entanto, afirmou, “não se exclui a possibilidade de terem havido ou não algumas descargas suplementares em cima deste problema de saturação”, o que será possível apurar no início da próxima semana.
Na segunda-feira, serão divulgadas “as análises que foram feitas, durante 24 horas, nas maiores estações de tratamento de águas residuais (ETAR) das indústrias do papel”, a montante de Abrantes, “para se saber se houve alguma descarga”, acrescentou, uma semana depois de um manto de espuma branca ter surgido nas águas do Tejo, na zona de Abrantes, no distrito de Santarém.
Para já, “a única novidade é que a qualidade da água do Tejo é melhor”, disse o ministro do Ambiente, em Coimbra, após ter presidido à assinatura de um protocolo entre o Fundo Ambiental, liderado por Alexandra Carvalho, e as comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional para a elaboração das agendas regionais no âmbito do Plano de Ação para a Economia Circular.
Na sexta-feira, João Pedro Matos Fernandes anunciou várias medidas para travar esse problema de poluição, incluindo a limpeza da espuma, a redução da atividade da empresa de pasta de papel Celtejo e a remoção de sedimentos contaminados do fundo das albufeiras.
Ainda hoje, "mergulhadores começam a recolher algumas amostras do fundo das albufeiras”, enquanto as dragagens deverão arrancar na quinta-feira.
O ministro do Ambiente salientou que “os dragados têm de ser previamente analisados”, a fim de “caracterizar e definir” a composição dos sedimentos.
Também na tarde de hoje, a Agência Portuguesa do Ambiente “vai divulgar os resultados” das análises à água e às espumas recolhidas na zona do foco de poluição.
Na quinta-feira, o Tejo estava “muito próximo da anoxia”, com apenas 1,1 miligramas de oxigénio por litro de água, na albufeira do Fratel, o que significaria a morte do rio, disse Pedro João Pedro Matos Fernandes.
Na parte portuguesa do maior rio da Península Ibérica, “já não existe nenhum ponto que não tenha praticamente cinco miligramas de oxigénio por litro”, realçou.
Já na zona do Tejo internacional, a baixa qualidade da água “não é só um problema causado em Portugal”, mas também em Espanha, reconheceu o ministro do Ambiente.
Lusa