O presidente da Câmara de Mação sente-se incomodado com o facto do efetivo da GNR no concelho ter vindo a diminuir. Mesmo após um protocolo assinado em que a Autarquia disponibilizou uma viatura nova ao Posto, “não sendo moeda de troca”, como afirmou Vasco Estrela, o autarca sente que o concelho de Mação tem estado a ser descriminado por esta força de segurança em relação a outros concelhos de até menor dimensão.
No dia 26 de janeiro, à margem da reunião do Executivo, o autarca explicou à Antena Livre, “para que fique bem claro, que o protocolo de cedência da viatura não tem implícito que iria haver um reforço de meios humanos no terreno nem é isso que está em causa e nem a Câmara está a fazer chantagem com este assunto”.
Contudo, essa temática “foi abordada e foi dito publicamente que havia a necessidade de algum reforço de meios”. Vasco Estrela informou então que “aquela viatura veio e foi escolhida porque era um pouco mais alta que o habitual, para se poder fazer um acompanhamento dos idosos no nosso concelho, são mais de 200, e que isso iria implicar um reforço de meios porque era justo que assim fosse”. O concelho de Mação tem uma área de 400 quilómetros quadrados, mais de 120 localidades altamente dispersas e, portanto, “havia por parte da Câmara uma expetativa, penso eu que legítima, de que pudesse haver algum reforço de meios”.
Com a compreensão desta situação por parte da GNR, o que Vasco Estrela não consegue compreender é que “tem havido um reforço de meios junto do Destacamento de Abrantes para os postos que o compõem, como Constância, Tramagal, Abrantes e Sardoal, ao contrário daquilo que tem acontecido em Mação. Sei que, há relativamente pouco tempo, houve mais colocação de militares, se não estou em erro, para todos os postos, com exceção de Mação”.
Para o presidente da Câmara, e sendo Mação o segundo maior concelho dos referidos “e o concelho mais longe de Abrantes e o mais disperso, com exceção de Abrantes, eu pergunto-me que razões levam a que esta situação perdure”. Vasco Estrela fez sempre questão de referir que, apesar do posto de Mação não ter sido reforçado com mais meios humanos, “a ação da Guarda não tem falhado no concelho de Mação”.
Na sequência destas declarações, quem também se sentiu incomodado foi o comandante distrital da GNR. O coronel Gonçalo Carvalho pediu para reunir com Vasco Estrela no sentido de esclarecer a situação do Posto de Mação da GNR. Vasco Estrela acedeu ao pedido do comandante e deslocou-se a Santarém no dia 23 de fevereiro, acompanhado do vice-presidente da Câmara, António Louro, e do presidente da Assembleia Municipal, José Saldanha Rocha.
À Antena Livre, o autarca começou por dizer que, “como era de esperar, a reunião correu de forma cordial e com elevação e onde foram expostos os pontos de vista”. Vasco Estrela considerou “normal” que as suas declarações possam ter causado algum “desconforto” e disse que o coronel Gonçalo Carvalho também expôs as suas razões, como “as questões operacionais que justificavam determinado tipo de medidas e acho que foram dados passos importantes para que haja um efetivo em Mação que se coadune com as necessidades”. O presidente voltou a frisar que, com isto, “não quero dizer que até ao momento não tenham sido cumpridas todas as funções da Guarda Nacional Republicana. Não há, nem nunca houve, nenhuma situação de insegurança por falta de meios”.
Vasco Estrela reconheceu que informou o comandante de que tinha tido “a perceção de que haveria uma distribuição de meios que poderia não ser a mais adequada” e que Gonçalo Carvalho estava sensível a esses argumentos mas que lhe foram “dadas justificações que presidiram à distribuição dos meios e das dificuldades que existiam”.
O presidente da Câmara aceitou as explicações do comandante distrital e disse estar agora “convicto de que com a nova fornada de meios que estão aos serviço da Guarda, fruto dos cursos que foram concluídos, admito como muito provável que haja aqui um reforço de meios no concelho”. A garantia dada foi de que esse reforço “estava ponderado” há algum tempo pela GNR.
Na mesma reunião foram ainda abordados outros temas, como a questão do Posto, que é da Câmara Municipal de Mação, “no sentido de formalizar a situação com um protocolo que até agora não existe, adequá-lo aos novos tempos e pensar no futuro, uma vez que são instalações já com alguns anos”. Vasco Estrela lembrou que “há cerca de 20 anos que se fala num quartel novo em Mação” e disse estar disponível para “trabalharmos em conjunto no sentido de encontrar melhores condições para estes homens e para estas mulheres”. A Câmara de Mação manifestou ainda a disponibilidade, “que já vem dos meus antecessores, de ceder um terreno e, eventualmente, fazer a elaboração de um projeto para podermos colaborar em prol desta instituição tão importante para a segurança dos nossos cidadãos pois é isso que me preocupa”.