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Abrantes: RAME assinalou 7 anos com cerimónia militar e Juramento de Bandeira (c/áudio e fotos)

20/11/2023 às 11:57

O Regimento de Apoio Militar de Emergência de Abrantes (RAME) assinalou no dia 17, sextsa-feira, o seu 7.º aniversário com uma cerimónia militar que incluiu a juramento de bandeira do 9.º curso de praças e a atuação da Banda do Exército.

A cerimónia, presidida, pelo comandante das Forças Terrestres, Tenente General Paulo Pereira, teve início com a cerimónia de homenagem aos mortos, no monumento que está situado quase à entrada do quartel de Abrantes.

Enquanto acontecia a cerimónia com deposição de uma coroa de flores com presença do comandante das Forças Terrestres, do comandante do RAME, Coronel Estevão da Silva, do presidente da Assembleia Municipal de Abrantes, António Mor, e vereador da autarquia, Luís Dias, na parada reparava-se a cerimónia militar de aniversário e de juramento de bandeira.

Na cerimónia militar coube ao comandante do RAME fazer uma das alocuções, muito direcionada para a unidade e para o aniversário. Recordou Estevão da Silva que no dia 17 se assinalou a efeméride de ter sido assinada “a primeira ordem de serviço do RAME”. São 7 anos, uma vida curta, mas já com trabalho reconhecido.

O RAME teve em 2023, o planeamento e a reposta a mais de 7.500 ocorrências de apoio a municípios, Autoridade Nacional de Emergência e proteção Civil (ANEPC), Instituto de Conservação da natureza e das Florestas (ICNF), GNR e ainda a 9 municípios. Houve, este ano, a projeção de 1.800 patrulhas com epenhamento de quase 4.500 militares, com 260 mil quilometros percorridos, apenas em missões de vigilância de incêndios rurais.

Estevão da Silva vincou que só no âmbito da vigilância a incêndios florestais os militares passaram por 119 concelhos.

E no balanço deste ano, que ainda não terminou, o comandante do RAME destacou ainda que houve projeção e acompanhamento de 4 destacamentos de engenharia, 8 pelotões de rescaldo e vigilância pós-incêndio, 2 módulos de alimentação de campanha, um grupo de comando e ligação e 5 representantes das forças armadas junto das populações.

Na mesma linha indicou que naquele dia estava a terminar a fase de planeamento do exercício “Fenix 2023” que decorrerá em Aveiro e terá como cenário de sismo de elevado grau de destruição, seguido de um tsunami.

Ainda no balanço de um ano que ainda está por terminar indicou que a outra componente de formação de praças continua a ser uma das áreas do RAME. Em 2023 foram formados e incorporados de 210 novos soldados, 26 dos quais do 8.º curso geral de praças que haveriam de prestar juramento de bandeira naquele mesmo dia.

Houve ainda a terceira face do trabalho do RAME que é o aprontamento do destacamento CIMIC (civil-military co-operation") do Exército, no qual se destaca a sua certificação e prontidão para poder ser projetado para um qualquer teatro de operações em qualquer parte do mundo.

Estevão da Silva escolheu depois três palavras para fechar o seu discurso. A primeira foi agradecimento “a todos que tenho o privilégio de comandar, mesmo com diminutos recursos”. A segunda palavra foi reconhecimento como homenagem aos mortos e aos antigos combatentes presentes e ainda às suas famílias. A terceira palavra foi estímulo com olhar para os 26 jovens do 9 curso e a quem deixou os “parabéns por teres acreditado em vós”.

 

Coronel Estevão da Silva

Já o comandante das Forças Terrestres, Tenente General Paulo Pereira, destacou os 7 anos do RAME, mas os 181 anos da presença militar em Abrantes. De seguida deixou uma palavra de homenagem a todos os comandantes, militares e civis que têm feito estes 7 anos do RAME.

O comandante das Forças Terrestres frisou que o regimento correspondeu em todas as suas dimensões às missões para as quais “foi convocado”. E acrescentou que “demonstrou credibilidade na resposta e nas ações. Desempenhou muito bem as suas missões.” E como exemplo deste trabalho, muitas vezes invisível, vincou que foi o RAME que teve um papel fundamental no trabalho do exército no apoio à Jornada Mundial da Juventude.

Depois deixou uma mensagem para o apoio das famílias aos recrutas que iriam jurar bandeira.

 

Tenente General Paulo Pereira 

 

Nesta cerimónia houve ainda tempo para a imposição de condecorações. A Medalha de Mérito Militar, 4.ª classe, foi atribuída ao Sargento-Mor José Pires, a Medalha Cruz de S. Jorge, Prata, foi entregue ao tenente-coronel Marco Gomes, a Medalha D. Afonso Henriques, 3.ª classe, foi colocada ao peito do Capitão Filipe Coutinho, a medalha de comportamento exemplar, grau prata, foi entregue à Capitão Sandra Amaro, enquanto que a medalha de comportamento exemplar, grau cobre, foi atribuída ao ex-soldado, Diogo Pires.

Com a Medalha comemorativa das Campanhas foram condecorados os ex-combatentes Jorge Catarino (Guiné 1968-1970) e Luís Augusto (Angola 1996-1997).

 

Juramento de Bandeira do 9.º curso

Logo após decorreu a cerimónia de juramento de bandeira em que 26 jovens fizeram a sua formação e, para além das cerimónias militares, vão receber um diploma de certificação das competências adquiridas. O soldado-recruta que teve melhor classificação deste curso, Edmilson Sanches, com 16,77 valores recebeu a distinção das mãos da mãe e da irmã, após terem sido convidadas pelo comandante das forças terrestres.

Depois os soldados conheceram os deveres militares e fizeram o juramento de bandeira, um momento da cerimónia com maior impacto, principalmente nas famílias e convidados dos soldados-recruta que estão presentes. E normal entre as máquinas fotográficas e telemóveis a registar o momento, aqui e ali caírem algumas lágrimas pelos rostos.

 

Hino Nacional entoado pelos militares com acompanhamento da Banda do Exército

A seguir ao Juramento de bandeira foram chamados os três sodados do curso que tiveram melhor classificação em 3 áreas: mérito escolar, Edmilson Sanches (18,44); mérito pessoal Alexande Pedro (16); e desembaraço físico Bernardo Ferreira (14,90). Os formadores dos, agora soldados-recruta colocaram a boina em substituição do quico. A boina, com insígnia à esquerda, surgiu em 1963 com os caçadores especiais, tendo depois sido generalizada pelo exército. É um elemento integrador do cidadão na comunidade militar.

O trabalho do RAME assenta em 3 pilares. A mais recente unidade do Exército, aponta ao apoio militar de emergência com a formação geral comum de praças, com a gestão e comando da UAME (Unidade de Apoio Militar de Emergência) e com a presença de um destacamento CIMIC, nomeadamente uma companhia CIMIC ("civil-military co-operation").

E neste trabalho há uma componente que ultrapassa a operação bélica. Trata-se da salvaguarda de pessoas e bens, procurar promover e bem-estar e o desenvolvimento. Ou seja, é uma unidade que pode apoiar operações militares, mas que tem uma base de apoio a operações civis, nomeadamente da Proteção Civil. Não é por isso de estranhar que haja uma interoperabilidade entre a UAME e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o INEM, a PSP ou a GNR.

As nove valências de Apoio Militar de Emergência são compostas pela Defesa NBQR, Apoio Sanitário, Segurança e Vigilância, Engenharia Militar, Comando, Controlo e Comunicações, Manutenção e Transportes, Reabastecimento e Serviços, e Busca e Salvamento Terrestre, integrando um total de 37 módulos, espalhados por várias unidades militares em todo o país, mas que tem em Abrantes o centro de comando.

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