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REPORTAGEM: Incêndios: “Fogo defende-se na casa dos outros”, diz autarca de Mação

17/08/2017 às 00:00

O presidente da União de Freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira percorre as 30 localidades da sua freguesia a ajudar as populações e diz que o fogo, na sua freguesia, "defende-se na casa dos outros".

"Ando no terreno desde sábado às 17:00, quando o fogo passou a barragem de Castelo do Bode e entrou no concelho de Vila de Rei", explicou à agência Lusa José Fernando Martins.

O autarca diz que se rege por uma máxima: "O fogo no meu concelho e na minha freguesia defende-se na casa dos outros".

Apesar do trabalho feito no terreno, no concelho vizinho de Vila de Rei, José Fernando Martins explica que, infelizmente, não foi possível evitar que as chamas se propagassem a Mação.

Desde a manhã de terça-feira, já em Mação, o autarca tem andado com quatro equipas de viaturas todo o terreno, a combater as chamas, a levar alimentação aos bombeiros e a tranquilizar as populações das 30 localidades que integram a sua autarquia, ou seja, metade do concelho de Mação.

"Estamos constantemente a pedir meios, não se conseguiram os necessários, mas conseguimos bombeiros para junto das casas", explica.

Enquanto falava com a agência Lusa, na aldeia de Aboboreira, uma enorme coluna de fumo negro surgiu no horizonte.

De imediato, o autarca entra na sua viatura e sai a grande velocidade, com uma viatura todo o terreno atrás, equipada com um 'kit' de primeira intervenção, em direção à aldeia de Serra.

Um reacendimento surgiu junto aquela localidade e, mais uma vez, José Fernando Martins ali estava na companhia do jovem voluntário Filipe Santos.

Feitos os primeiros contactos, surge a GNR no local e, como não chegam bombeiros, a viatura todo o terreno entra em ação para evitar que as chamas tomem maiores proporções e se dirijam em direção à aldeia de Serra.

O autarca explica que na tarde de quarta-feira, "as mangueiras da viatura arderam quando o fogo entrou descontrolado em Queixoperra e, num momento de aflição, a fuga foi feita sem recolher as mangueiras e partiu-se o motor da moto-bomba".

"Ficámos com menos um equipamento para ajudar as aldeias. Andámos toda a noite e o único descanso que tivemos desde sábado foi esta manhã entre as seis e as nove horas".

Após esse curto período, o autarca e os voluntários que andam com os carros todo o terreno conseguiram colocar novamente a viatura operacional.

"Fomos à oficina da câmara, retirámos as peças necessárias e recuperámos a viatura", disse.

José Fernando Martins desapareceu por entre o pinhal com a viatura todo o terreno e, na companhia do jovem Filipe Santos e de vários populares, sem a ajuda de outros meios, lá foram tentar controlar as chamas e evitar que estas acabassem por destruir o único pedaço verde que sobreviveu até agora ao fogo, junto à localidade de Serra.

Lusa

Crédito:DR

 

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