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Rio Tejo: Computador com dados da investigação à Celtejo foi roubado

24/02/2018 às 00:00

A investigação ao foco de poluição que há um mês cobriu o Tejo com um manto de espuma continua a enfrentar contratempos. Desta vez foi roubado um computador com a base de dados recolhida pela Inspeção-Geral do Ambiente (Igamaot) na Celtejo, avançou ontem o jornal Expresso.

No entanto, segundo o Expresso, a informação contida no dispositivo não foi perdida porque tinha sido descarregada dois dias antes na sede da Igamaot, em Lisboa. O material informático recolhido continua a ser um dos elementos que está sob investigação e salvaguardado pelo segredo de justiça.

O assalto ocorreu a 3 de fevereiro à porta do restaurante “Pedro dos Leitões” na Mealhada, enquanto um inspetor do ambiente jantava. Contactada pelo Expresso, a Igamaot recusou fazer qualquer comentário sobre o sucedido.

Pelo que o Expresso apurou, as autoridades policiais descartaram a hipótese de tentativa de boicote à investigação e consideraram tratar-se de “mais um assalto, como muitos outros que acontecem naquele local”.

Câmaras de vigilância colocadas no exterior do restaurante detetaram que o furto ocorreu em dois tempos: um primeiro em que os assaltantes se acercam do carro para ver o que lá existia à vista; e um segundo, cerca de 20 minutos depois, em que abriram a viatura e retiram de lá a mochila com o computador que se encontrava no banco, lê-se na notícia do jornal.

Recorde-se que só à quarta tentativa, e na presença de inspetores ambientais durante 24 horas no local, é que as amostras foram recolhidas com sucesso. Até agora não se conhecem os resultados destas análises.

A Celtejo é considerada a principal suspeita da poluição detetada junto ao açude de Abrantes a 24 de janeiro. E segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) esta empresa é responsável por 90% das descargas de celulose no rio Tejo na zona de Vila Velha de Ródão.

As análises efetuadas pela APA e pelo Instituto Superior de Agronomia às águas do rio, na sequência do crime ambiental que conduziu ao manto de espuma junto ao açude de Abrantes, permitiram detetar níveis de celulose cinco mil vezes acima do normal.

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