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Constância: Santa Margarida já tem médico dois dias por semana

28/09/2023 às 10:07

A freguesia de Santa Margarida, em Constância, já tem médico de família 2 dias por semana. Uma solução apresentada pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo (ACES), mas que tem um compromisso financeiro do Município que paga mais 15 euros por hora ao clínico em cima do valor já pago pela administração de saúde.

Sérgio Oliveira, presidente da Câmara de Constância, indicou esta é uma situação que vem remediar um problema, mas que, para já, é a solução possível para que a população tenha dois dias por semana consultas na extensão de saúde. “Apesar de ser um entra e outro sai podemos dar-nos por, minimamente, satisfeitos porque temos a extensão de saúde a funcionar, quando temos muitas freguesias com as extensões de saúde fechadas”, afirmou Sério Oliveira aos jornalistas à margem da reunião do executivo municipal desta quarta-feira.

A médica que prestava serviço em Santa Margarida 6 horas por semana saiu e a autarquia, em conjunto com o ACES do Médio Tejo, conseguiu uma solução. Sérgio Oliveira disse que o médico está a fazer dois dias completos, das 9 às 18 horas, “e queremos acreditar que este clínico veio para ficar e dar estabilidade. Há a perspetiva de, em outubro, passar a ser 3 dias.”

Mesmo assim Sérgio Oliveira confirmou que o Município reforça o ordenado do clínico com 15 euros por hora, em cima dos valores acordados entre o Médico e o ACES Médio Tejo.

Recorde-se que a 7 de setembro, quando soube que a médica que prestava serviço em Santa Margarida ia sair deixando a freguesia sem cuidados médicos, Sérgio Oliveira escreveu ao ministro da Saúde.

Na carta, que ainda não obteve resposta, Sérgio Oliveira deu conta que “estamos numa escalada de concorrência entre municípios, o que levará num futuro muito próximo que os municípios desafogados financeiramente consigam ter médicos, e os mais pobres não.” Na mesma missiva o autarca lamenta que se esteja a criar, na saúde, “um novo fosso” e a aumentar a desigualdade territorial.

O presidente do Município de Constância “confessa” ao ministro da Saúde que, mesmo sendo contra esta política, já ofereceu um suplemento financeiro a uma médica para a convencer a fazer serviço no concelho. “Não sei se irá aceitar”, remata o autarca socialista. E logo a seguir explica porque teve uma ação contrária à sua posição. “Fi-lo porque sofro todos os dias pelas pessoas que represento. Sinto-me revoltado e indignado cada vez que vejo a minha população a ir de madrugada/véspera para a porta do centro de saúde.”

E depois pediu ao ministro que clarifique a situação, que se não for este o caminho “que se diga, de forma clara, não é possível aos médicos receberem suplementos pagos pelas Câmaras Municipais.”

O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo continua a não ter médicos para colocação. Aliás, no último concurso o ACES abriu três dezenas de vagas para médico de família no território (11 concelhos), mas teve apenas 3 colocados: dois em Torres Novas e 1 em Fátima. Ainda de acordo com o ACES do Médio Tejo no final de agosto a região tinha 70 mil utentes sem médico de família.

 

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