Num dia recheado de atividades, o 25 de abril foi celebrado em Sardoal também com uma conferência intitulada “A Conversa com… os protagonistas da nossa História Local”.
O Centro Cultural Gil Vicente foi o palco desta conversa informal onde estiveram 17 autarcas e ex-autarcas de Sardoal, desde presidentes da Câmara, presidentes da Assembleia Municipal e presidentes das Juntas de Freguesia.
Francelina Chambel, a primeira mulher a ser eleita presidente da Câmara em Portugal, nas primeiras Autárquicas após o 25 de abril, recordou algumas histórias mas deixou outras por contar porque, segundo disse, “tenho umas histórias pouco edificantes de modo que fica para outra altura”. A respeito da iniciativa da Câmara Municipal de Sardoal de juntar atuais e ex-autarcas, Francelina Chambel considerou “interessante” e reconheceu que todos “foram de uma grande dedicação, fizeram um trabalho muito importante e lutaram com as mesmas dificuldades com que nós, presidentes de Câmara, lutámos”, referindo-se à “falta de meios, falta de legislação adequada ao desempenho das próprias funções e por aí fora. Entretanto, a coisa foi sendo ultrapassada mas não com a velocidade que nós desejaríamos que fosse”.
A ex-presidente de Câmara lembrou que quando entrou em funções, e 1976, “havia tudo por fazer. “Não havia água, não havia luz, não havia caminhos… e tudo isso foi feito. Foram feitos bairros sociais, o centro de saúde, a escola secundária, o quartel dos bombeiros, as piscinas municipais… e tudo isto por administração direta”.
A Comendadora referiu ainda que, “para mim, a parte mais positiva do 25 de abril, é o poder local democrático”.
Histórias de quando nada estava feito em Sardoal e onde nem sede da Junta havia em Santiago de Montalegre, tendo que funcionar na casa do presidente àquela época, José Fernandes, e outras peripécias, fizeram as delícias dos que assistiram ao encontro.
No final, Miguel Borges, o atual presidente da Câmara Municipal de Sardoal, estava visivelmente satisfeito com o resultado e reconheceu o trabalho feito pelos seus antecessores.
Disse-se emocionado “pois tivemos aqui histórias deliciosas de pessoas que deram muito da sua vida, que se privaram muito da sua vida particular, da sua vida familiar, para trabalharem para a sua sociedade. Foi o reconhecer de todo este trabalho, independentemente das cores políticas e das ideologias”, afirmou o presidente.
Quanto a repetir o encontro, ficou no ar voltar a fazê-lo dentro de cinco anos. No entanto, Miguel Borges disse que “é de certeza uma experiência para repetir” mas “não sei se vamos aguentar tanto tempo”.
“Foi um dia muito bonito”, concluiu Miguel Borges.