Realizou-se na terça-feira, dia 26 de setembro, a última Assembleia Municipal do atual mandato, em Sardoal.
Uma sessão em que os deputados municipais aproveitaram para agradecer a todos os que levaram a efeito mais uma edição das Festas do Concelho e também apresentaram as suas despedidas, visto alguns deles não serem candidatos no próximo ato eleitoral.
Uma das questões da noite foi levantada por Francisco Lopes, do Grupo de Independentes de Sardoal (GIS), que questionou o presidente da Câmara Municipal acerca da redução do público escolar neste ano letivo.
“Segundo informação, no nosso universo escolar este ano temos menos 80 alunos”, afirmou o deputado, perguntando sobre “o que é que terá que ser feito ou o que é que não foi feito para isto estar a acontecer?”
Miguel Borges considera a situação “preocupante” mas adiantou que é um problema que afeta todos os municípios do interior do país. O presidente disse não estar ainda na posse dos números totais mais disse ter conhecimento que “no pré-escolar, são menos 25 alunos. É preocupante”.
“Não é uma realidade só do nosso concelho, é de todo o interior. O que fazer para inverter esta situação? É uma pergunta fácil mas que tem uma resposta muito difícil”, acrescentou Miguel Borges.
O autarca referiu que “temos que nos empenhar todos mas, principalmente, o Governo central, criando discriminações positivas para fixar empresas no interior. As pessoas fixam-se onde têm trabalho. Nós temos um país inclinado para o litoral e temos que inverter esta tendência. É um grande debate e uma grande reflexão que é necessária fazer”.
Miguel Borges esclareceu ainda que “há um conjunto de medidas que foram tomadas, em papel, para a valorização do interior. Não conheço a avaliação dos primeiros tempos, não sei se estão a resultar ou não mas não me parece que estejam, pois este problema de menos 25 crianças no pré-escolar é um problema preocupante. Assim como é preocupante na parte dos incentivos à natalidade em que, no ano passado, tivemos 22 crianças. 22 crianças, daqui a quatro anos, é uma turma”.
O presidente da Câmara Municipal declarou ter “a certeza absoluta que o grande problema começa em Lisboa e não aqui no nosso interior”. Relativamente ao trabalho que poderá ser feito pelos Municípios, Miguel Borges disse que “se calhar, podem fazer muito mais do que estão a fazer mas se não forem os Governos a criarem esses incentivos…”