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Tejo: Município não confirma foco de poluição na ETAR de Abrantes. Presidente alerta que o problema surge a montante

25/01/2018 às 00:00

Um manto de espuma branca com meio metro de altura cobriu hoje o rio Tejo na zona de Abrantes, junto à queda de água do açude insuflável, num cenário descrito como "dantesco" pelo proTEJO e como "assustador" pelo município.

Esta tarde, a TSF noticiou no seu site que “apurou esta quinta-feira que a origem do problema estará relacionada com um incidente registado na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Abrantes”.

“Segundo apurou a TSF, terá ocorrido uma descarga inadvertida de lamas da ETAR de Abrantes diretamente para as águas do rio Tejo”, pode ler-se.

Em reação a esta notícia, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, disse à Antena Livre “não ter informação técnica e operacional por parte da Abrantaqua sobre esse assunto. Não temos dados analíticos que nos comprovem,” a situação, aludiu.

“Se assim fosse, e a ser verdade, o fenómeno era só circunscrito ao concelho de Abrantes, o que não acontece. A montante, nomeadamente na Barragem de Belver, já se verificam as formações de espuma e a coloração castanha. Aliás, os vídeos que foram ontem publicados pelo Movimento proTejo mostram que a montante de Vila Velha de Ródão a água é clara e transparente. E depois de Vila Velha de Ródão a água assume uma coloração castanha”, explicou à Antena Livre a autarca abrantina.

Em comunicado hoje divulgado, a Câmara Municipal de Abrantes informa que está a acompanhar “com preocupação e indignação a situação de extrema poluição verificada nas últimas horas no Rio Tejo, no território do concelho de Abrantes. Situação assustadora e inqualificável”.

No documento, o Município salienta que “relativamente aos parâmetros da cor, do cheiro e da formação de espuma espessa no rio, não se verificam exclusivamente no território do concelho de Abrantes. Verifica-se a montante. A formação de espuma espessa na água é sempre mais visível no açude de Abrantes e na zona de Alvega porque, naturalmente, nas quedas de água a espuma é sempre mais potenciada.

Não dispomos de informação oficial sobre a origem do nível de poluição verificado. Aguardamos mais informações das entidades competentes, relativamente ao resultado das amostras da água. Informamos que no âmbito das ações de inspeção que estão hoje a acontecer em toda a região do Tejo, devido à poluição extrema verificada - realizadas por técnicos da IGAMAOT -  foram realizadas inspeções às ETAR’s do Pego e da Fonte Quente”, pode ler-se.

No comunicado é ainda referido que “este é um problema que não é apenas do território de Abrantes. É um problema nacional. Sob pena de perdermos um grande ativo nacional que é o rio Tejo, urgem soluções efetivas e concretas e informação rigorosa sobre o que está a ser feito”.

Declarações de Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, para ouvir amanhã no alargado do 12h00 da Antena Livre

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