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Vila de Rei: Habitantes de Milriça reclamam por melhores condições na aldeia

18/07/2017 às 00:00

Mais de uma dezena de pessoas, na sua grande maioria moradores de fora do concelho, mas com segunda residência na aldeia de Milriça, freguesia de Vila de Rei, marcaram presença na reunião pública do Executivo Municipal, que se realizou esta terça-feira.

Ana Pedro, nomeada porta-voz do grupo, começou por dizer que não é natural de Vila de Rei mas que os pais possuem uma casa de férias na aldeia. “São poucos os eleitores, muitas das casas são de segunda habitação, de férias portanto”.

“As pessoas estão bastante descontentes por gastarem algumas das suas economias e verem vários constrangimentos na aldeia, que não vemos noutras aldeias do concelho”, afirmou Ana Pedro, que foi falando da (insuficiente) “limpeza dos caixotes do lixo. De Verão o cheiro é insuportável. As pessoas vêm de férias, trazem os seus amigos para conhecerem o concelho e a aldeia e este não é um bom presente”. Ana também reclamou para que se retirem os caixotes do lixo da via pública. Outra das críticas, prendeu-se com o facto de muitas das ruas da Milriça não serem alcatroadas.

“Acho que há mais de 20 anos que não se faz uma reparação na Milriça, exceto quando existe um problema de águas”, afirmou.

“A maioria da população da Milriça são pessoas idosas que gostam de fazer as suas caminhadas e reúnem-se em grupos. Como nas estradas que não estão alcatroadas não existe a limpeza de ervas, as pessoas não circulam por lá. Como resultado, utilizam a Estrada Nacional 2 (EN2). Mas ao domingo à tarde é impossível, com a quantidade de carros que ali passam e à velocidade com que circulam. As pessoas querem continuar a fazer as suas caminhadas e de alguma maneira isto tem que ser resolvido, é o que as pessoas pedem”.

Mas as queixas não se ficaram por aqui pois Ana Pedro acrescentou que, “sempre que chove, existe uma inundação da via pública por águas pluviais devido ao declive de estrada, e não há qualquer escoamento. A água vai pela rua abaixo. Muitas vezes preciso de botas de borracha para entrar em casa. Quando chove muito, os moradores chegam a colocar blocos de cimento com tábuas em cima para poderem passar para a casa dos vizinhos”.

Outra das moradoras adiantou que “investi em casas para alugar e gostava de fazer mais porque ainda agora comprei uma casa antiga que gostava de reconstruir, mas não há condições pois os carros entram na rua e têm que vir de marcha atrás até cá acima. Isto é inadmissível nos dias de hoje”.

“O caixote do lixo fica lá enterrado na lama, o padeiro não pode lá passar, estamos completamente isolados”, acusou outra das presentes na reunião.

Outra queixa prendeu-se com a falta de limpeza do Ecoponto que, segundo Francisco Leonor, “há mais de dois meses que não é limpo e há lixo espalhado no chão”.

No final, Ana Pedro comprometeu-se a enviar ao presidente do Executivo, um email onde iria juntar todas as reivindicações apresentadas.

O presidente da Câmara Municipal pediu a palavra para afirmar que “não é verdade que há anos não se faz nada na Milriça”. E explicou aos moradores que “as estradas que estão em terra batida, paralelamente à EN2, são da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP). O meu conselho é que façam um abaixo-assinado à IP, porque também dá mais força ao Município”. Quanto à inexistência de abrigos para espera dos transportes públicos, Ricardo Aires voltou a afirmar que é, igualmente, responsabilidade da IP.

Já no que respeita à situação das águas, o presidente disse não ter conhecimento da situação, mas pediu para que lhe fosse reencaminhado um email que Ana Pedro afirmou ter enviado para a Autarquia em 2008, a dar conta do que se passava.

Ricardo Aires respondeu também às críticas quanto ao não alcatroamento das ruas e adiantou que “salvo erro, em 2006, o Município de Vila de Rei quis alcatroar essas estradas que agora referem, e como o Município de Vila de Rei não tem cadastro, na altura não nos deixaram alcatroar. É uma questão de se verificar no Arquivo e ver de quem são os terrenos. Já as estradas internas, são da nossa responsabilidade e no Gabinete de Obras da Câmara Municipal já está o projeto de alcatroamento de duas ruas, entre elas a Rua das Garcias”.

Quanto às ervas, “são competência da Junta de Freguesia mas vamos transmitir. Sobre a recolha do lixo, vamos averiguar o que se passa”, respondeu Ricardo Aires.

O presidente aproveitou ainda a oportunidade para apelar “aos que possam, que façam o vosso recenseamento no concelho de Vila de Rei. Se gostam tanto, e eu sei que gostam, da Milriça e do concelho de Vila de Rei, (…) façam-no porque vem mais dinheiro para a Câmara e para a respetiva Junta de Freguesia”. Dos 13 presentes na Sala das Sessões, apenas quatro estão recenseados no concelho. Por recenseado, “o Município recebe de 12 a 15 mil euros anualmente”, explicou o autarca.

Depois da explicação do presidente, de que, mesmo na área da saúde, não há qualquer alteração para o utente, houve um dos presentes que disse mesmo que “se é assim, vou mudar para cá porque eu não gosto de Lisboa”.

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