Na Assembleia Municipal de Vila de Rei, realizada a 8 de fevereiro, os incêndios do verão passado e a proteção e limpeza da floresta voltaram a ser temas de debate entre as bancadas.
Relativamente ao que já está a ser feito pelo Município na prevenção e limpeza, Ricardo Aires, presidente da Câmara Municipal, anunciou alguns trabalhos já em curso. Mas foi o presidente da Assembleia Municipal, Paulo Brito, que deu conta dos projetos do Município relativamente a uma Central de Biomassa.
“O Município de Vila de Rei assumiu claramente, perante a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) e perante o Governo, do seu interesse em ter em Vila de Rei uma Central de Biomassa, dentro do âmbito do concurso nacional que está a ser realizado”. O presidente da Assembleia disse ainda que, “no caso da CIMT, houve quatro concelhos que o assumiram”, acrescentando que os que manifestaram esse interesse foram Abrantes, Ourém, Mação e Vila de Rei.
“Vila de Rei assumiu numa perspetiva perfeitamente dimensionada ao seu tamanho e à sua disponibilidade de biomassa”. Paulo Brito explicou ainda que, para além dos resíduos florestais, podem ainda juntar-se os agroindustriais, dando como exemplo os resíduos do Lagar.
“Uma central de biomassa de pequena dimensão que permita ser sustentável e dar sustentabilidade à nossa floresta numa questão de limpeza. Foram feitos um conjunto de cálculos no sentido de garantir essa sustentabilidade”.
Paulo Brito falou de benefícios para o concelho e especificou que, “um deles, é a possibilidade de termos aqui alguma capacidade de atrairmos recursos qualificados e atrair uma dinâmica da área florestal que nos parece ser muito relevante para este concelho”.
Mas há mais. Paulo Brito também informou que o Município está a concorrer a projetos de investigação aplicada no ordenamento florestal e na aplicação de novas tecnologias no âmbito da floresta, “assumindo este Município que a componente florestal é claramente uma das linhas que tem que ser valorizada”. O presidente da Assembleia Municipal pediu depois o apoio de todas as forças políticas, entidades e instituições “de forma a criarmos uma dinâmica com algum peso”.
Já Ricardo Aires, presidente da Câmara Municipal, espera que a Central de Biomassa seja uma realidade a curto prazo. Sobre o ordenamento florestal, o autarca anunciou que, como Vila de Rei não entrou nos projetos-piloto da reflorestação e do cadastro, “começámos já a trabalhar num projeto-piloto nosso”.
“Temos entidades credenciadas por trás (…) e vamos ensaiar em dois locais do concelho”. Um dos locais, avançou o presidente, é na zona da antiga lixeira.
Ricardo Aires acrescentou que “é importantíssimo nós começarmos a fazer o ordenamento florestal no concelho de Vila de Rei. Não temos o cadastro, estamos a tentar conseguir que as Finanças nos deem, pelo menos, nomes de pessoas, mas está muito difícil. No entanto, é o que podemos fazer neste momento. Sem o cadastro, e digo mais uma vez que não é um problema político, é um problema que os Municípios necessitam resolver a curto prazo, poderá haver nova tragédia no nosso país e no nosso território”.