Na tarde do dia 7 de abril fomos convidados a ir provar as especialidades gastronómicas do concelho de Vila de Rei. A decorrer estava o Festival Gastronómico do Bacalhau e foi o restaurante “O Cobra” que nos abriu a porta.
Tânia Lucas, subgerente do espaço, gentilmente preparou-nos uma mesa rica em sabores, cor e com uma apresentação de fazer “água na boca”. Os pratos de bacalhau eram diversos, as sobremesas eram uma constante e a simpatia e a dinâmica da responsável era contagiante.
Partilhámos a mesa com o vice-presidente do Município, Paulo César Luís, que em tom descontraído foi-nos explicando as receitas tipicamente vilarregenses e aconselhando alguns pratos que de facto eram obrigatórios a provar.
Ao JA, o autarca afirmou que os 10 anos de festival são o resultado de um “sucesso” constante, graças aos responsáveis da restauração do concelho que Paulo Cesar Luis apelidou de “dinâmicos e inovadores”.
“Perante a adesão do público temos sido motivados a continuar com esta iniciativa, numa altura em que decidimos apostar no bacalhau e no azeite que é uma das áreas a apostar fortemente”, reforçou o vice-presidente.
“O Cobra” nasceu há 65 anos, está sob a gerência dos pais de Tânia há 30. Mas apesar da modéstia é Tânia que hoje assume a organização do espaço.
“É um festival que já decorre há cerca de 10 anos e nós participamos no mesmo desde o início. Temos muitos clientes sobretudo da zona centro e norte do país. Vêm sobretudo à procura de especialidades de bacalhau visto que o nosso restaurante tem sempre pratos diferentes todos os anos, a não ser o bacalhau à Cobra que já é uma referência, desde 1964”, conta a jovem empreendedora.
Quanto aos pratos são de facto diversos, começamos com especialidade da casa, o bacalhau à Cobra, “é acompanhado com batata frita doce, com as migas da região - couve de caldo verde, azeite, alho e ervas aromáticas”. De seguida, “o bacalhau na telha que é um bacalhau confitado com batata-doce, bacon, camarão, ameijoa e acompanha com puré de batata-doce. O bacalhau à Resineiro que é feito numa broa, com azeite quente, alho, ervas aromáticas e batata à murro. Ainda temos a açorda de bacalhau que é uma invenção nossa que este ano saiu muito bem que é com ervas aromáticas e ovas de bacalhau e não de peixe”.
No que diz respeito às entradas e sobremesas, Tânia enumera “as pataniscas de bacalhau com frutos secos, a sopa de bacalhau com massa e ervas aromáticas. Por último, temos as nossas sobremesas muito apreciadas, as farófias no forno com canela e com creme de ovo, o pudim à Vila de Rei com erva-doce, com canela, presunto e citrinos, a tigelada beirã que pode ser acompanhada com mel”.
Por último, Tânia Lucas deixou uma sugestão ao Município vilarregense no que diz respeito ao Festival Gastronómico do Bacalhau e do Azeite: “ o festival deveria de ser realizado num espaço aberto, numa tenda, em que os restaurantes aderentes teriam de reunir, definindo um montante por pessoa. As pessoas perguntam isto é um festival? Onde é que há música? Falta a parte de animação. Penso ainda que não deveria de ter a duração de uma semana e centrar num fim-de-semana. Podiam ainda existir prémios para o melhor prato, melhor decoração, etc. Tudo isto iria conferir mais atração nos clientes”.
Depois de uma refeição animada, a nota positiva vem sem dúvida para a boa gastronomia vilarregense.
Tânia Lucas, subgerente do espaço, e Paulo César Luís, vice-presidente da Câmara Municipal
Joana Margarida Carvalho