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Conheiras: Vila de Rei quer classificar conheiras para as preservar e promover turísticamente

22/06/2021 às 21:55
Créditos: JF Vila de Rei

A Câmara de Vila de Rei quer a atribuição do estatuto de "Conjunto de Interesse Nacional ou Público" às conheiras existentes no concelho, tendo formalizado um protocolo com o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) para suporte técnico especializado.

Em nota de imprensa divulgada hoje, o município adianta que o protocolo de cooperação, assinado na segunda-feira, com o IPT "pretende criar condições para inserir as conheiras" - minas de exploração de ouro a céu aberto - "num Plano Especial de Ordenamento do Território com vista à classificação de Conjunto de Interesse Nacional ou Público" naquele município do distrito de Castelo Branco.

As conheiras são "visíveis nas margens da ribeira do Codes e do rio Zêzere, constituindo amontoados de enormes conhos" (seixos) resultantes da exploração do ouro por aluvião, presumivelmente na época romana e anteriores, tendo Vila de Rei um conjunto de 52 conheiras identificadas no seu território.

Segundo o protocolo assinado, o IPT vai agora "preparar um relatório detalhado das atividades já desenvolvidas a nível do levantamento arqueológico, ambiental e geológico das conheiras" de Vila de Rei, para que a autarquia possa elaborar um dossier de candidatura à sua classificação como "Conjunto de Interesse Nacional ou Público" junto da Direção Regional da Cultura do Centro.

O protocolo prevê ainda um quadro de cooperação institucional entre as duas entidades, como a possibilidade do IPT ministrar ciclos de estudos e ações de formação no concelho de Vila de Rei, divulgação da oferta de formação de Técnicos Superiores Profissionais (de Licenciatura e Mestrado) junto da comunidade escolar ou a cedência mútua de espaços para a realização de atividades de ensino e formação a desenvolver em Vila de Rei ou nas instalações do IPT, em Tomar e Abrantes, no distrito de Santarém.

Numa segunda fase, a autarquia pretende construir um Centro de Interpretação, que promova o estudo mais aprofundado das 52 conheiras atualmente identificadas e que possibilite a valorização e promoção turística.

"A introdução das conheiras num Plano Especial de Ordenamento do Território é um passo essencial para que consigamos garantir a devida preservação e conservação destas realidades arqueológicas", afirma o presidente da Câmara de Vila de Rei, Ricardo Aires, citado no comunicado.

Ainda segundo Ricardo Aires, o IPT "será um aliado importantíssimo neste processo, através das suas valências técnicas e científicas nas áreas da arqueologia, conservação e gestão do território".

Também citado na nota, o presidente do Politécnico de Tomar, João Coroado refere que a assinatura do protocolo "representa mais um passo importante para a concretização da missão do IPT de desenvolvimento do território em articulação com as diversas autarquias".

A classificação das conheiras de Vila de Rei como "Conjunto de Interesse Nacional ou Público", acrescenta, "representa uma mais-valia quer para o município, quer para o IPT, quer para a própria região".

Os vestígios da exploração de ouro em Vila de Rei ocupam toda a zona centro e sul do concelho, numa área de cerca de metade de um total de 194 quilómetros quadrados que constituem aquele município do distrito de Castelo Branco.

Lusa

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