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Vila Nova da Barquinha: Soltejo - há 23 anos a servir pratos de sável e lampreia

13/03/2017 às 00:00
Marina Vetume e Rui Almeida

Até ao dia 26 março, quem passar no concelho de Vila Nova da Barquinha vai poder degustar pratos de sável e de lampreia.

O restaurante Soltejo, em Vila Nova da Barquinha, associa-se ao festival gastronómico desde o seu início, há 23 anos.

Rui Almeida, proprietário do espaço desde 1995, explica que a casa se tem associando ao evento pois, “o Município tem feito um trabalho fantástico na dinamização da restauração e nós por obrigação e vontade partilhamos um pouco esse desejo de dar conhecer e tornar mais conhecido o concelho e servir cada vez melhor. Há aqui uma entre ajuda, já que temos essa mais-valia por parte do Município, achamos por bem participar neste como noutros eventos”.

Para o responsável, o certame gastronómico “é bom para todos. É um estímulo à economia local”, sendo que são vários os agentes que se reúnem na dinamização da iniciativa desde os pescadores, à Autarquia e aos restaurantes.

Apesar das notícias relativas à poluição do rio Tejo, Rui Almeida refere que a indicação que vai tendo é que na Barquinha o “peixe é bom” e tem “qualidade”. Contudo, refere que não estão somente “fechados” ao peixe que provém do rio Tejo.

“Temos de ter alternativas para não falhar ao certame. O sável não é daqui. O ano passado, ainda chegamos a ter sável daqui e para este ano não quer dizer que não venha aparecer, mas há outras alternativas que não o rio Tejo. Já a lampreia tem sido local, as primeiras surgiram no dia 23 de fevereiro”, contou.

A adesão ao festival gastronómico tem sido “de um modo geral boa”. Segundo Rui Almeida, vêm “pessoas de todo o lado, do Porto ao Algarve, sobretudo à procura do sável. A lampreia tem grande adesão sobretudo quando começa o festival. Já o sável tem realmente muita procura e uma adesão mais constante”.

“Há pessoas que vêm especificamente para a lampreia. Vêm mesmo à procura do prato e até pedem para ligar quando o temos disponível”, salientou.

“O segredo está no corte”

Marina Vetume está no Soltejo há 9 anos e é cozinheira responsável pela confeção dos pratos de lampreia e de sável.

Tratá-los bem” é o objetivo. No que diz respeito ao sável, “o segredo do sável está no corte e no tempero. O sável leva limão e sal e é frito. A açorda leva pão caseiro, o tomate, a cebola, o azeite e o alho”.

Já a confeção “da lampreia é um festival (risos) ”. Marina Vetume conta que a lampreia é “sangrada”, depois é necessário “tirar uma parte que é venenosa, temperar bem e vai para o tacho”.

“A lampreia é cozinhada à parte do arroz. Não misturamos. Vai o arroz de cabidela à parte, porque há pessoas que fazem acompanhar com batata cozida e arroz branco”, afirmou.

Marina Vetume demora cerca de 2 a 3 horas a confecionar uma lampreia. Por sua vez, o sável tem um tempo de confeção similar, pois o corte, feito manualmente, “leva bastante tempo e muita concentração”.

No Soltejo uma dose de sável e lampreia ronda os 25 euros e até dia 26 março as duas iguarias fazem as delícias de quem passa.

O Soltejo está em Vila Nova da Barquinha há 50 anos. O espaço reúne três valências: cafetaria, restaurante e alojamento, com 14 quartos. Conta com a colaboração de sete profissionais.

Joana Margarida Carvalho

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