Quem entra no Hospital de Abrantes pode ver no espaço exterior, junto ao serviço de Urgência ou entrada para as consultas externas, duas tendas militares (verdes) e uma terceira (vermelha) da Proteção Civil de Abrantes. Este é um dos centros de triagem para doentes com suspeita de poderem estar infetados com o novo coronavírus. A unidade de Abrantes do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), constituído pelos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas, é a unidade de referência para a COVID-19. Tem as zonas de triagem, internamento, de cuidados intensivos e, recentemente, uma ala para acolher idosos que possam ter necessidade de continuar a ter cuidados como os que têm nos lares ou casas de acolhimento.
O serviço de Patologia Clínica do CHMT é quem tem a responsabilidade de fazer os testes ao novo coronavírus. Trata-se do serviço que faz as colheitas das amostras que são depois analisadas no laboratório hospitalar e com recurso a um laboratório privado. Mas, adiantou Carlos Cortes, diretor do serviço de Patologia Clínica, estão a ser processados quase um milhar de testes por semana. Um número considerável naquela que é, neste momento, uma das preocupações das autoridades de saúde.
Carlos Cortes explica o serviço “drive thru”
Como aumentaram os testes, no Médio Tejo estão a ser feitos testes a todos os agentes de socorro e segurança e a todos os profissionais dos lares o CHMT instalou duas tendas nas traseiras do Hospital de Abrantes, que não são visíveis para quem entra pela porta principal, para ter a funcionar o “Drive Thru”. Tal como o nome indica é um espaço preparado para receber viaturas automóveis e para que os profissionais da Patologia possam fazer as recolhas de amostras sem que os cidadãos tenham de sair das suas viaturas. “Num exemplo grosseiro é com quando uma pessoa vai ao MdDonalds, não precisa de sair do automóvel para levar o pedido. Aqui é a mesma coisa, não precisa de sair do carro para que sejam feitas as colheitas” explica Carlos Cortes ao mesmo tempo que acrescenta que as recolhas são feitas por duas zaragatoas por pessoa. Se ali entrar uma pessoa a pé para fazer o teste também é possível fazer essas colheitas no outro local daquele espaço.
Carlos Cortes diz que o cidadão não precisa de sair do carro para fazer o teste
Depois das recolhas as amostras são colocadas nos contentores para, em segurança, poderem ser enviadas para o laboratório. O “Drive Thru” pode fazer entre 100 a 150 testes por dia.
Carlos Cortes explica que tipo de colheitas são feitas
Mas este local não é o centro de triagem da COVID-19, trata-se de um espaço para colheitas referenciadas pelas autoridades de saúde, ou seja, é ali que estão a ser testados os bombeiros, forças de segurança e funcionários dos lares de idosos. “São feitas aqui neste ‘Drive Thru’ as colheitas a todas as pessoas que têm requisição do seu médico de família ou às pessoas que são encaminhadas pelas autoridades de saúde” explicou Carlos Cortes dizendo que na semana passada foram feitos 800 testes.
Carlos Cortes diz que o tempo médio de resposta é de 14 horas
A capacidade deste serviço é de 100 a 150 colheitas por dia e o tempo médio de resposta é de 14 horas. Mas pode encurtar para casos de doentes mais graves ou que vão submetidos a intervenção cirúrgica. O aumento de colheitas tem sido exponencial e os testes são da inteira responsabilidade dos profissionais do Serviço de Patologia Clínica do CHMT que têm todos os materiais que necessitam, entre zaragatoas e reagentes.
O diretor do serviço de Patologia revela os testes feitos
Este “drive thru” funciona às segundas, quartas e sextas, mas pode funcionar noutros dias, caso haja necessidade. Esta semana, por exemplo “vamos também funcionar na quinta-feira”. Este serviço faz parte de um conjunto de mecanismos do CHMT direcionados para o diagnóstico, tratamento e internamento de doentes com a COVI-19.
Jerónimo Belo Jorge