O Centro Hospitalar do Médio Tejo iniciou hoje uma nova fase do plano de contingência da pandemia de covid-19, com a transferência do Serviço de Cardiologia, e a instalação de mais 26 camas em enfermaria e quatro em cuidados intensivos.
Em comunicado, o centro hospitalar (CHMT), que agrega as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, no distrito de Santarém, dá conta de que, na sequência da evolução da pandemia, vai proceder à abertura destas camas "nos próximos dias", totalizando assim uma capacidade instalada de internamento de 184 camas em enfermaria e de 24 camas em Medicina Intensiva para covid-19, com mais quatro camas, neste caso, para doentes com outras patologias.
Hoje, estão 151 pessoas internadas devido à covid-19, 16 das quais em cuidados intensivos.
Para concretizar esta nova fase de adaptação à evolução da pandemia por SARS-Cov-2, "o Serviço de Cardiologia, instalado na Unidade Hospitalar de Abrantes, será transferido provisoriamente para a Unidade Hospitalar de Torres Novas, onde esteve até há cerca de três anos".
No dia 11 de janeiro, o CHMT já havia ativado uma nova fase deste plano de contingência, com a instalação de mais 26 camas em enfermaria e cinco em cuidados intensivos na unidade de Abrantes, hospital de referência para tratamento de doentes covid-19 na região do Médio Tejo, e com a transferência do Serviço de Ortopedia de Abrantes para Tomar, a que se junta agora a transferência do Serviço de Cardiologia de Abrantes para Torres Novas.
A mais recente alteração, afirma a administração, "surge na sequência da enorme pressão que muitas unidades hospitalares da região de Lisboa e Vale do Tejo têm sentido, nomeadamente na sobrecarga das redes de oxigénio, o que tem obrigado à transferência de doentes, nomeadamente para o Norte do país".
Com estas medidas agora anunciadas, o CHMT abre uma sétima enfermaria para doentes de covid-19 na Unidade Hospitalar de Abrantes, com uma capacidade de 26 camas por cada enfermaria.
Além de servir os doentes da região de influência do Médio Tejo, esta nova valência servirá para "aliviar a pressão provocada pela sobrecarga das redes de gases medicinais, podendo dar apoio a unidades hospitalares mais impactadas com esta pressão".
A decisão está a ser articulada com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) e com os diferentes níveis da tutela, tendo o CHMT assegurado que a transferência do Serviço de Cardiologia para Torres Novas "ocorrerá num horizonte temporal de curta duração". A situação "manter-se-á até que diminua o impacto da covid-19 nas diferentes unidades hospitalares".
No dia 15 de janeiro, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) suspendeu todas as visitas aos doentes internados nos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas, devido ao "fortíssimo aumento dos casos de contágio" pelo novo coronavírus, situação que se mantém.
Desde março de 2020, Portugal já registou 13.740 mortes associadas à covid-19 e 755.774 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 156.758 casos, menos 4.684 do que na quinta-feira.
Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 260 mil habitantes de 11 concelhos do Médio Tejo (distrito de Santarém), Vila de Rei (distrito de Castelo Branco), e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor (distrito de Portalegre).
Lusa