O primeiro-ministro pediu hoje "bom senso" e considerou que a polémica sobre as comemorações do 25 de Abril no parlamento é resultado de algum "nervosismo" e "fadiga", frisando que a Assembleia da República está a funcionar.
António Costa transmitiu esta posição depois de uma reunião com o cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, no Seminário nos Olivais, após ser confrontado com a polémica em torno das comemorações do 25 de Abril, no sábado, na Assembleia da República.
"Estamos a chegar a uma fase em que, naturalmente por cada vez maiores necessidades económicas e sociais, por cada vez maior cansaço e fadiga relativamente às medidas de contenção, está tudo a ficar excessivamente nervoso para aquilo que é recomendável, depois da forma exemplar como temos vivido todo este período", reagiu o líder do executivo.
Relativamente a esta polémica em torno das comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, António Costa recomendou então que haja "bom senso" neste período de combate à propagação do novo coronavírus.
"Temos conseguido viver este período de estado de emergência sem suspender o nosso regime democrático. Ainda na semana passada houve um plenário na Assembleia da República para renovar o estado de emergência e, na quarta-feira, está marcado um debate quinzenal com o primeiro-ministro", apontou.
Ou seja, segundo António Costa, a Assembleia da República "tem mantido a sua atividade, naturalmente com níveis limitados à participação, tendo em conta as regras que todos têm de manter em termos de afastamento social".
"Não me cabe pronunciar sobre as regras da vida interna da Assembleia da República, mas registo que o parlamento tem vindo a manter o seu funcionamento normal com os condicionamentos próprios da atual circunstância. Acho que este não é o momento para divisões, mas para todos nos mantermos unidos", sustentou.
Neste contexto, António Costa fez ainda referência à forma como se espera que decorram as comemorações oficiais do 1º de Maio.
"Sem prejuízo da celebração do Dia do Trabalhador, nada deve acontecer que ponha em causa a saúde", disse, especificando mesmo que não se devem realizar "manifestações que coloquem riscos para a saúde pública".
Lusa