O primeiro-ministro recebe na terça e quarta-feira os partidos com representação parlamentar sobre a situação epidemiológica em Portugal, antes de o Governo aprovar medidas contra a covid-19, o que poderá acontecer no Conselho de Ministros de quinta-feira.
Este calendário, que ainda não foi oficialmente comunicado pelo executivo, ficou praticamente fechado após a reunião desta tarde entre especialistas e responsáveis políticos, no Infarmed, em Lisboa, num momento em que o país regista um crescimento das taxas de incidência e de transmissão (Rt) da covid-19.
O primeiro-ministro referiu na sua conta oficial na rede social que teve esta tarde no Infarmed, em Lisboa, “uma importante sessão sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal”. “Ouvimos os esclarecimentos, análises e reflexões dos especialistas No início da próxima semana ouviremos os contributos dos partidos políticos com representação parlamentar”, completou António Costa.
Na sua mensagem o líder do executivo alerta também que pandemia de covid-19, “infelizmente, ainda não acabou”.
“Continuamos a trabalhar. Continuemos, todos e cada um de nós, a fazer a nossa parte, protegendo-se a si próprio e aos outros”, acrescentou.
No final da reunião do Infarmed, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa - ladeado pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e pelo primeiro-ministro, António Costa - afirmou que continua a haver "conjugação total dos órgãos de poder político" na resposta à covid-19, mas escusou-se a falar de medidas, remetendo essa decisão para o Governo, após consulta aos partidos.
Quanto às medidas a adotar, o chefe de Estado disse que "os especialistas apresentaram o que consideravam indispensável para esta fase" e que "a decisão sobre essa matéria pertencerá naturalmente ao Governo", que "vai ouvir os partidos políticos e vai decidir".
"Se for necessária a intervenção do Presidente, já disse que o Presidente está disponível para intervir. Se for necessária a intervenção da Assembleia, se estiver em condições disso, o mesmo se dirá. Quer dizer, continua a haver uma conjugação total dos órgãos do poder político", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, que nos últimos dias afastou um novo recurso ao estado de emergência.
Na quinta-feira, o Presidente da República declarou que, se fosse considerada necessária a intervenção do parlamento para adotar medidas contra a covid-19, estava disponível para decretar a sua dissolução no limite do prazo, que terá de ser decretada entre 01 e 05 de dezembro, entre 60 e 55 dias antes das eleições legislativas de 30 de janeiro.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que hoje ao fim do dia iria ter reunião semanal com o primeiro-ministro, que lhe iria comunicar "aquilo que o Governo considera que é fundamental" para conter a propagação da covid-19 em Portugal, e "o que depende da competência do Governo, que está em plenitude de funções, o que precisa da intervenção da Assembleia da República".
Em Portugal, desde março de 2020, já morreram mais de 18 mil pessoas com covid-19 e foram contabilizados mais de um milhão e cem mil casos de infeção com o vírus SARS-CoV-2, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Segundo o boletim hoje divulgado pela DGS, nas últimas 24 horas registaram-se 2.371 novos casos de infeção e cinco mortes associadas à covid-19 e encontram-se atualmente internadas 528 pessoas com esta doença, 79 das quais em cuidados intensivos.
A covid-19 é uma doença respiratória provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado em final de 2019 em Wuhan, cidade no centro da China.
Lusa