A Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém está a elaborar um Plano de Emergência para Estruturas de Acolhimento para Pessoas Idosas que não estão referenciadas pelo Instituto de Segurança Social, disse à agência Lusa o presidente desta estrutura.
O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém e da Câmara Municipal do Sardoal, Miguel Borges, afirmou que “esta referenciação é feita por exclusão de partes nas ações em que seja necessária intervenção no âmbito da proteção e socorro”.
O autarca foi questionado pela Lusa na sequência da informação de que municípios do distrito pediram às corporações de bombeiros dos respetivos concelhos para fazerem o levantamento de idosos que se encontram em casas de acolhimento, uma vez que não existem dados sobre esta realidade, num contexto de pandemia da covid-19 em que estas populações constituem grupos de risco.
O presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) e da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro, disse à Lusa que o objetivo é apurar quantas pessoas se encontram na realidade nas estruturas de acolhimento, uma vez que se tem verificado que, em algumas situações, em vez dos três idosos que podem acolher, existem o dobro ou o triplo.
“Queremos tentar perceber quantas casas destas existem e quantas pessoas realmente acolhem”, declarou, sublinhando a importância desta informação no contexto da pandemia da covid-19 e de os idosos se inserirem nos grupos de risco e necessitarem de uma atenção especial.
Não tendo o distrito de Santarém integrado o grupo prioritário para a distribuição de testes à covid-19 a realizar em lares, o presidente da CIMLT afirmou que, mais do que a realização generalizada de testes, é fundamental que, sempre que exista uma suspeita, haja resposta no imediato.
“Obviamente que testar em lares é importante e quanto mais capacidade existir melhor, mas o que é premente é que se uma suspeita der resultado positivo haja capacidade imediata para testar toda a gente envolvida, no próprio dia, e tomar medidas para evitar a propagação da doença”, disse.
Pedro Ribeiro afirmou que a CIMLT está, com a Faculdade de Farmácia de Lisboa, a preparar-se para fornecer testes, nesta fase com uma capacidade de 2.000 unidades.
O presidente do secretariado regional de Santarém da União das Misericórdias, Manuel Frazão, disse à Lusa que, na impossibilidade de testar toda a gente, é, pelo menos, essencial a realização de testes aos colaboradores destas instituições, por terem contactos com o exterior, não se sabendo se estão ou não contaminados, sobretudo quando existe confirmação de membros da comunidade infetados.
Por outro lado, defendeu a obrigatoriedade de realização de testes aos utentes que têm alta hospitalar ou que têm de se deslocar às urgências, para que não sejam colocados em risco todos os outros elementos das instituições, lamentando que os hospitais não estejam a realizar este procedimento porque, disse, não têm testes disponíveis.
Manuel Frazão afirmou que, até ao momento, não tem conhecimento de qualquer utente das 23 Misericórdias do distrito infetado, existindo apenas o caso de uma colaboradora da lavandaria da Santa Casa de Salvaterra de Magos que testou positivo.
Por seu turno, o presidente da União das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do distrito de Santarém, Eduardo Mourinha, disse à Lusa que, tirando o caso positivo ocorrido num lar em Fátima, não há informação sobre outras situações da doença em lares destas instituições.
Eduardo Mourinha afirmou que a indicação é que se realizem testes só quando existam indícios da doença, confirmando que não estão a receber testes nem instruções para que se façam de forma generalizada.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados da covid-19 foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
(LUSA)