A Plasgal está a produzir cerca de 10 mil kits de proteção individual por dia, dando resposta ao desafio colocado pelo Município de Leiria e abdicando de qualquer margem de lucro, disse à agência Lusa o seu diretor-geral.
Paulo Almeida revelou que serão entregues ao Município de Leiria, na quinta-feira, os primeiros 30 mil equipamentos, à base de polietileno de baixa densidade, tendo a empresa sediada na freguesia da Barosa, no concelho de Leiria, uma capacidade diária de produção entre "10 mil a 15 mil equipamentos".
"O Município de Leiria lançou-nos o desafio de criarmos uma solução que desse resposta às necessidades do equivalente a um equipamento de proteção individual, como se fosse uma bata completa", explicou o diretor-geral.
Confessando que a Plasgal não é uma empresa de confeção, mas trabalha na "área dos plásticos e filmes", Paulo Almeida quis "contribuir de alguma forma", sabendo que tinha "capacidade para uma produção em grandes quantidades".
"Ajustámos o produto às necessidades, com a colaboração do Município, do hospital de Leiria e de outros intervenientes. Sabemos que é uma solução de recurso e não a ideal", admitiu.
A Plasgal produziu uma bata que é composta por proteções de braços, pernas, pés e mãos. "Usámos polietileno de baixa densidade, por forma a ter um equipamento flexível para as pessoas se movimentarem, resistente para não se rasgar e impermeável".
Paulo Almeida alocou parte da sua equipa a este projeto, estando 21 pessoas a trabalhar, divididas por três turnos.
"Assumi o compromisso de cobrar ao Município apenas o preço do custo do material de transformação. É a minha forma de contribuir neste contexto de pandemia. Ajudamos como podemos. Todos os outros encargos são assumidos por nós".
Com cerca de 100 trabalhadores, Paulo Almeida continua a produzir, embora desconheça o futuro.
"Temos clientes parados. Avaliamos a situação a cada dia. Tudo faremos para que não seja necessário entrar em ‘lay off', mas não posso garantir que isso não venha a acontecer. Vai depender da resposta do mercado".
O diretor-geral da Plasgal espera conseguir "minimizar" o impacto da covid-19, estando consciente de que as "dificuldades serão muitas".
"Também espero que o país consiga ultrapassar esta fase com o menor impacto possível, sabendo que ele existirá sempre", rematou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).
Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Lusa