A Aciso - Associação Empresarial Ourém-Fátima está preocupada com a reabertura das empresas após o Estado de Emergência, pelo que irá realizar um inquérito junto dos seus associados para saber em que condições voltam à atividade, disse a presidente da organização.
“Estamos focados no pós-Estado de Emergência. Há estabelecimentos que encerraram apenas porque foram obrigados a fazê-lo e queremos perceber quem conseguiu regressar e em que condições”, adiantou a presidente da Aciso, Purificação Reis, em declarações à agência Lusa.
Segundo a líder da associação, o retrato sobre o período de encerramento forçado no concelho de Ourém, no distrito de Santarém, será feito de forma mais concreta através de um inquérito que será enviado aos associados, “para avaliar as consequências e perceber se os constrangimentos se mantêm”.
“Sabemos que o impacto foi grande e que muitos aderiram aos processos de ‘lay-off’ para minimizar parte dos custos com a estrutura de pessoal”, admitiu.
Purificação Reis considera “fulcral” o regresso à atividade, mas pretende perceber “quem não reabriu e quem conseguir em que moldes o irá fazer; se houve redução ou manutenção de pessoal, se desenvolveram outras estratégias ou outro tipo de comercialização”.
“Será o reinício de uma nova fase, que sabemos que vai ser muito difícil e ainda com poucos clientes, mas queremos perceber como estão os empresários a encarar o futuro e quais as dificuldades que estão a sentir”.
A dirigente lembrou que, no quadro atual, a maioria das empresas no concelho de Ourém estão encerradas, sobretudo na área do turismo. “Os clientes deixaram de existir e as cerimónias foram canceladas”.
Para Purificação Reis, o cancelamento da habitual peregrinação do 13 de maio em Fátima tem impacto na economia, mas é mais um evento. “É o 13 de maio, mas também todos os fins de semana encerrados. Enquanto não for retomada a normalidade, não havendo mobilidade de pessoas, o efeito será o mesmo”.
A presidente da Aciso sublinhou ainda que Fátima "absorve uma grande fatia da mão-de-obra na região" e admite que o desemprego pode subir, mesmo que não se reflita no imediato.
E explica: “Março é o mês em que os empresários reforçam os seus recursos humanos para a época alta” e, neste contexto, “já não contrataram ninguém”.
O objetivo agora é “manter os postos de trabalho” e foi com essa perspetiva que a maioria dos empresários avançou para os processos de ‘lay-off’. “Estão a tentar manter as suas equipas de pessoal. O nível de emprego irá diminuir, com impactos económicos e sociais, que não se podem dissociar”.
Constatando que há vários locais do país que dependem do turismo, Purificação Reis frisou que Fátima é um deles e o Estado de Emergência provocou um “impacto brutal”.
Por isso, defende apoios mais assertivos. “As linhas de financiamento são importantes para resolver problemas momentâneos, mas têm de ser pagos e haverá ainda um hiato muito grande em que o volume de negócios será muito reduzido e as contas para pagar se mantêm”.
Por isso, “será necessário um apoio mais direto às empresas para que consigam aguentar este período e possam crescer”.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.
Lusa