O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares disse hoje que os organismos locais da Região de Lisboa e Vale do Tejo estão a trabalhar em conjunto para “isolar os riscos” de propagação da pandemia de covid-19 em lares.
“A nossa principal preocupação são os lares”, sublinhou Duarte Cordeiro à agência Lusa, acrescentando que é necessário “trabalhar para isolar os riscos” de disseminação da pandemia da doença provocada pelo novo coroavírus nestas instituições.
O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares falava depois de três reuniões com vários organismos locais da Região de Lisboa e Vale do Tejo, em Santarém, de onde saiu a garantia de que os lares deste território “estão a funcionar em segurança”.
O governante foi um dos cinco secretários de Estado designados pelo primeiro-ministro, António Costa, na segunda-feira, para a coordenação da execução aos níveis local e regional das medidas de combate à pandemia da doença provocada pelo SARS-CoV-2, no âmbito da declaração de estado de emergência.
Foram designados pelo chefe do Governo os secretários de Estado (da Mobilidade) Eduardo Pinheiro para a região Norte, João Paulo Rebelo (Juventude e Desporto) para a região Centro, Duarte Cordeiro (Assuntos Parlamentares) para Lisboa e Vale do Tejo, Jorge Seguro Sanches (Adjunto e da Defesa Nacional) para o Alentejo e José Apolinário (Pescas) para o Algarve.
Sem adiantar que medidas serão implementadas, Duarte Cordeiro referiu que “estas primeiras reuniões tiveram como principal objetivo, no fundo, tirar uma fotografia daquilo que tem sido o trabalho das várias entidades, organismos públicos e forças de segurança no território”.
Feito o primeiro “ponto de situação”, o secretário de Estado explicou que agora vai ser necessário “uniformizar procedimentos” e aplicar as “boas práticas” feitas ao nível de cada um dos distritos que integram a região de Lisboa e Vale do Tejo e aplicá-los “ao nível regional”.
Nas reuniões estiveram presentes o presidente da Administração Regional de Saúde deste território, Luís Pisco, o delegado de saúde regional, Mário Durval, o comandante distrital da GNR, coronel Jorge Goulão, e o comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, o superintendente Paulo Pereira.
Os presidentes das Comunidades Intermunicipais do Oeste, Pedro Folgado, Médio Tejo, Anabela Freitas, e Lezíria do Tejo, Pedro Ribeiro, assim como o primeiro secretário da Área Metropolitana de Lisboa, Carlos Humberto de Carvalho, também participaram nestas reuniões.
Miguel Borges, presidente da Câmara de Sardoal e igualmente presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do distrito de Santarém explicou à Antena Livre que está a começar a ser feito um plano para identificar estas situações.
Explicou o autarca que é preciso haver um conhecimento dos casos em que os idosos estão em lares ou casas de acolhimento para situações que possam acontecer e para que a Segurança Social possa, efetivamente, tem uma noção real da situação do país.
Miguel Borges, presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil
Recorde-se que na semana passada, em Atalaia (Vila Nova da Barquinha) um idoso acusou positivo num teste ao novo coronavírus e era residente numa casa de acolhimento ilegal. Ou seja, estava numa casa de acolhimento com outros oito idosos quando a estrutura só tinha autorização para ter três residentes.
Esta é uma situação que não é nova. Já este ano em Rossio ao Sul do Tejo (Abrantes) um incêndio num lar ilegal colocou a descoberto uma situação idêntica. Uma casa que tinha licença para ter três residentes e tinha, na realidade, cerca de duas dezenas.
Antena Livre / Lusa