Cento e oito detenções foram feitas nos primeiros 15 dias do estado de emergência devido à covid-19 e mais de mil entradas foram recusadas no país através das fronteiras com Espanha, revelou hoje o ministro da Administração Interna.
Em conferência de imprensa realizada após a quinta reunião da estrutura de monitorização do estado de emergência, realizada no Ministério da Administração Interna, Eduardo Cabrita destacou 29 detenções por violação do dever de confinamento obrigatório, 10 por violação da cerca sanitária de Ovar e 16 por várias tentativas em manter abertos estabelecimentos comerciais que deviam estar encerrados.
Para o ministro, estes sãos os três tipos de detenções mais graves.
Eduardo Cabrita sublinhou que as forças de segurança conseguiram realizar as tarefas de fiscalização do estado de emergência “numa ação que quase na totalidade foi centrada no esforço de sensibilização, pedagogia e recomendação”.
O ministro fez também um balanço da reposição do controlo de fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha, onde foram controlados durante duas semanas cerca de 132 mil cidadãos.
Segundo o governante, 1.026 pessoas foram impedidas de entrar em Portugal nos nove pontos de fronteira autorizados.
A fronteira mais movimentada foi a de Valença, no Minho, onde foram controladas 61 mil pessoas, tendo o ministro sublinhado a garantia que foi dada nesta fronteira através da criação de uma via verde para a circulação de mercadorias e trabalhadores transfronteiriços.
Eduardo Cabrita avançou igualmente com os dados sobre as operações de repatriamento de cidadãos nacionais, frisando que mais de quatro mil portugueses indicaram pretender ter apoio do Estado no regresso a Portugal.
De acordo com o ministro, cerca de 75% desses repatriamentos já estão concretizados e nos próximos dias devem concretizar-se mais mil.
A reunião da estrutura de monitorização de hoje serviu para fazer um balanço da aplicação da primeira quinzena do estado de emergência e abordar os novos comportamentos determinando para o novo período.
O estado de emergência foi hoje renovado até 17 de abril com mais medidas restritivas, nomeadamente a proibição de grupos na rua com mais de cinco pessoas, além de regras mais apertadas de circulação para o período da Páscoa, como encerramento dos aeroportos e proibição de circulação fora do concelho de residência.
Na conferencia de imprensa, Eduardo Cabrita saudou os portugueses pelo sentido cívico e de responsabilidade pela forma como “genericamente” têm cumprido o conjunto de determinações e apelou para que respeitem escrupulosamente as regras do estado de emergência, que vão merecer um “esforço acrescido” no período da Páscoa.
O ministro, que preside à estrutura de monitorização do estado de emergência, destacou também a forma “muito positiva” como as cadeias de abastecimento alimentar e de outros produtos essenciais conseguiriam se ajustar e nunca por em causa o abastecimento aos cidadãos.
Portugal regista hoje 246 mortes associadas à covid-19, mais 37 o que na quinta-feira, e 9.886 infetados (mais 852), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Lusa