As máscaras não cirúrgicas podem ser utilizadas pela população em espaços fechados e com elevado número de pessoas, como supermercados e transportes públicos, disse hoje a ministra da Saúde.
“De acordo com o princípio básico da precaução em saúde pública e face às ausências de efeitos adversos associados ao uso de máscara, pode ser considerada a sua utilização por qualquer pessoa em espaços interiores fechados e com um elevado número de pessoas”, afirmou Marta Temido, dando como exemplo os supermercados, farmácias, lojas ou estabelecimentos comerciais e transportes públicos.
Na conferência de imprensa diária realizada na Direção-Geral da Saúde (DGS), a ministra ressalvou que o uso de máscaras na comunidade constitui “uma medida adicional e suplementar” às já existentes, como o distanciamento social e lavagem das mãos.
Segundo a governante, a norma sobre a utilização de máscaras não cirúrgicas, também conhecidas por “mascaras sociais ou comunitárias”, vai ser hoje publicada pela DGS e cumpre as regras europeias.
Marta Temido salientou que a questão das máscaras está “completamente alinhada” com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, que no dia 08 de abril apresentou um conjunto de argumentos sobre o uso deste equipamento.
A ministra ressalvou que as máscaras sociais, que podem ser feitas de algodão ou de outro tecido têxtil, vão ser generalizadas à população quando o país regressar à normalidade.
“Num contexto, que não é aquele que nos situamos hoje, porque estamos no estado de emergência, que apela ao confinamento e à restrição das atividades essenciais, mas em que as pessoas se possam situar em espaços fechados, poderá ser considerada a utilização da dita máscara social”, disse.
Na conferência de imprensa diária de atualização de informação sobre a pandemia da covid-19, Marta Temido explicou que existem três tipos de máscaras: os respiradores FFP para profissionais de saúde (modelos 2 e 3), máscaras cirúrgicas que previnem disseminação de agentes infecciosos e as máscaras não cirúrgicas ou sociais.
Segundo a ministra, as máscaras cirúrgicas devem ser usadas por pessoas com sintomas de covid-19 e pelos mais vulneráveis, bem como profissionais de grupos mais expostos como bombeiros, polícias e trabalhadores de agências funerárias e lojas.
Marta Temido precisou que as máscaras não cirúrgicas não são dispositivos certificados, não obedecem a uma normalização e podem ser feitas de diferentes materiais, como algodão ou têxtil.
A ministra disse ainda que, durante a tarde de hoje, vão ficar concluídas as normas técnicas para a utilização das máscaras sociais.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos, mais 31 do que no domingo (+6,2%), e 16.934 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 349 (+2,1%).
Dos infetados, 1.187 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 277 doentes que já recuperaram.
(LUSA)