O coronavírus chega a todo o lado. E chegou também ao outro lado do Atlântico. Aos Estados Unidos da América, que pode a curto prazo ser o epicentro da pandemia, mas também ao Canadá.
Há alguns anos em Toronto, na província do Ontário, Sérgio Mourato é um dos jornalistas de uma cadeia de televisão, a Omni Group. Com uma presença forte nos eventos desportivos este grupo de media tem os profissionais, tal como na Europa, divididos em grupos. Uns trabalham e outros fazem a quarentena, para depois fazerem a troca. Em foi aí, em casa, que encontrámos o Sérgio Mourato que contou como se estão a viver por lá estes dias. Natural da freguesia de Tramagal, durante muitos ao´nos profissional da Rádio Tágide agora no Canadá, diz que tem “alguma apreensão com toda esta situação”. No Canadá a província do Ontário, tal como o Quebec, declarou o estado de emergência tendo em conta a proliferação do novo coronavírus. “É uma situação, infelizmente, normal, mas é o que se está a passar. Os supermercados continuam abertos para que as pessoas possam comprar os bens essenciais para casa. Há muitas filas e temos de respeitar a distância social dos dois metros” diz o jornalista que acrescenta que só deixam entrar cinco pessoas de cada vez. Já nos restaurantes e cafés o serviço é exclusivamente “em regime de take out”, ou seja, vender para fora. E na semana passada o governo da província agravou as medidas e mandou encerrar a atividade comercial não essencial.
Sério Mourato refere que o mayor de Toronto lamentou que no fim de semana passado, dias 21 e 22 de março, tenham saído para os parques da cidade, descurando as recomendações internacionais sobre a COVID-19. Depois as medidas agravaram-se para evitar estas saídas para a rua.
Sérgio Mourato acompanha a situação que se vive em Portugal, quer pelos canais de informação, quer nos contactos com a família e tem a noção de que as coisas não serão muito diferentes entre os dois países. Nesta conversa feita a 26 de março [é importante referir as datas porque os factos mudam a todo o momento] a preocupação são sempre os mais idosos. “Há essa preocupação com as pessoas mais vulneráveis”, diz o jornalista acrescentando que faz um olhar constante sobre as redes sociais para ter notícias de Portugal, tendo sempre atenção às fake news.
E depois revela que está tudo bem com a família, com quem mantém os contactos regulares, mas pensa naquilo que é o problema mundial.
Regressando à vida em Toronto, no Canadá há produtos que a espaços se vão esgotando aqui e ali, embora o governo canadiano já disse que “não vai haver falhas nos abastecimentos. Não vão faltar produtos”. Mas lá, tal como cá, Sérgio Mourato conta que a busca do papel higiénico é uma coisa de todos os países, e também no Canadá foi um dos alvos preferenciais dos consumidores.
Depois de uma semana em casa, esta semana Sérgio Mourato estará de volta à redação onde trabalha para substituir os que estiveram de turno esta semana. A vida continua e mesmo sem desportos, uma das áreas fundamentais do grupo onde trabalha, há sempre outras reportagens a fazer.
Quanto à COVID-19 no Canadá soube-se este domingo que a mulher do primeiro-ministro canadiano recuperou da doença que lhe tinha sido detetada há duas semanas.